SAÚDE - 19/12/2022 15:15

'Triplademia': três vírus respiratórios ameaçam crianças na América Latina

Fenômeno está causando um aumento no número de hospitalizações nessa faixa etária e preocupa especialistas
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As crianças latino-americanas enfrentam atualmente uma tripla ameaça de vírus respiratórios, dos quais o vírus sincicial está atacando fortemente bebês com apenas alguns dias de vida, e por isso especialistas pedem a adoção de medidas preventivas extremas, para que se evite expor os menores a aglomerações.

Especialistas chamaram o fenômeno de "triplademia", formada pelo VSR (vírus sincicial respiratório), Covid-19 e influenza sazonal, que está causando um aumento nas hospitalizações de crianças e até mesmo levou, em algum momento deste ano, à saturação de serviços hospitalares e altos picos de casos.

Os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19, quando escolas foram fechadas na América Latina, forçaram os pais a manter as crianças em casa e a limitar sua interação social.

Esta medida, embora destinada a proteger as crianças e suas famílias, também fez com que as crianças não fossem expostas a outros vírus e não desenvolvessem as defesas necessárias.

Lydiana Ávila, pneumologista do Hospital Nacional Pediátrico da Costa Rica, disse que esta situação aumentou o número de crianças suscetíveis ao vírus sincicial.

"O vírus sincicial é um vírus que em todos os países têm épocas nas quais circula e afeta crianças com menos de dois anos de idade. Aos quatro anos, 90% da população pediátrica já possui anticorpos contra ele, que adquirem nos primeiros anos, quando as crianças são infectadas, ou quando a mãe passa os anticorpos para os bebês no útero ou através da amamentação", explicou Ávila.

A especialista afirmou que a cada 100 crianças que contraem o vírus sincicial, em geral cinco precisam ser hospitalizadas.

"Entretanto, neste ano vimos algo atípico, e vamos pegar os dados de forma retrospectiva, porque há um maior número de crianças suscetíveis que não adoeceram em 2020 e 2021", comentou Ávila.

Em novembro, a diretora da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Carissa Etienne, alertou sobre uma "tripla ameaça" de vírus respiratórios na região e destacou a importância de medidas preventivas e vacinação.

Mais de 100 mil crianças menores de cinco anos morreram em 2019 de infecções respiratórias associadas a este vírus no mundo inteiro, 97% em países de média e baixa renda, de acordo com dados oficiais.

Prevenção e tratamento

A "triplademia" que afeta a América Latina pode ser enfrentada pelos países retomando as medidas preventivas que foram aplicadas contra a Covid-19.

A diretora da fundação colombiana Fiquires, Martha Herrera, falou sobre a importância de medidas preventivas e de conscientização do público sobre o risco de crianças de apenas poucos meses de vida desenvolverem uma doença grave devido ao vírus sincicial respiratório.

"As mães devem lavar as mãos o tempo todo. Onde houver recém-nascidos ou bebês prematuros, devem evitar visitas até os seis meses de idade e usar máscaras o tempo todo para proteger as crianças", explicou.

Herrera disse que crianças menores de cinco anos sofrem de dificuldades respiratórias de forma agressiva, incluindo internações em unidades de terapia intensiva em toda a região latino-americana.
Herrera também pediu aos governos latino-americanos que se unam para promover campanhas de alto impacto sobre o vírus sincicial, como as contra a Covid-19.

Em termos de tratamento, a pneumologista Lydiana Ávila, do Hospital Nacional Pediátrico da Costa Rica, disse que não há cura ou vacina para o vírus sincicial respiratório, mas sim um tratamento com anticorpos monoclonais para proteger os lactantes, embora a aplicação dependa das políticas de saúde de cada país.

O anticorpo monoclonal nirsevimab (Beyfortus, da farmacêutica AstraZeneca) é o único anticorpo aprovado pela FDA (agência de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) para ajudar a proteger lactantes de alto risco contra o vírus. 
Fonte: ND+
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