O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou 11 mulheres para chefiar Ministérios, batendo o recorde da presidente Dilma Rousseff, que nomeou 10 mulheres. Elas tomam posse nos cargos no dia 1º de janeiro. Ao todo, a nova gestão terá 37 ministérios.
O recorde de participação de mulheres em ministérios pertencia ao primeiro mandado de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014. A gestão começou com nove ministras e passou para dez ao longo do primeiro ano.
Desde 1985, quando o Brasil passou pela redemocratização, 38 mulheres ocuparam cargos de ministra ou secretárias com status de ministras.Nesta sexta-feira (30), Lula também anunciou mulheres para presidir dois bancos públicos. Tarsiana Medeiros será a primeira mulher na presidência do Banco do Brasil e Rita Serrano, a Caixa Econômica Federal.
Lula decidiu retomar, sob esse status, o Ministério da Mulher. A pasta ficará sob comando de Cida Gonçalves, ativista do combate à violência de gênero, que já integrou o governo Lula em outras gestões.Conheça as chefes dos Ministérios
Entre as indicadas, apenas Marina Silva já ocupou o cargo de ministra, na mesma pasta em que assume em 2023: o Meio Ambiente, entre 2003 e 2008. Marina tem extensa carreira na política e já foi vereadora, senadora e deputada federal, além de ter tentado a presidência em 2010.
Terceira colocada na corrida presidencial deste ano, Simone Tebet vai chefiar a pasta do Planejamento e Orçamento. A atual senadora pelo Mato Grosso do Sul apoiou Lula no segundo turno e participou da equipe de transição no setor de desenvolvimento social.Uma catarinense também integra a lista. A ex-atleta de vôlei Ana Moser vai coordenar o Ministério do Esporte, pasta que foi retomada por Lula. Ana é natural de Blumenau e desenvolve projetos educacionais para promover o esporte em comunidades vulneráveis.
Uma das pastas mais importantes também será chefiada por mulheres. Nísia Trindade, atual presidente da Fiocruz, foi anunciada como ministra da Saúde e já informou que pretende reativar os comitês de imunização e de análise de cenários da Covid-19.
Na Ciência e Tecnologia, a presidente do PCdoB, Luciana Santos, assume o cargo. Ela é engenheira elétrica e tem extensa carreira política. Já a deputada federal pelo Rio de Janeiro Daniela Souza vai chefiar o Ministério do Turismo.Na área social, as mulheres vão comandar três ministérios. Na pasta de Igualdade Racial assumirá a jornalista e ativista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco. Já a cantora Margareth Menezes vai chefiar o Ministério da Cultura, que havia sido descontinuado por Bolsonaro.
Outra novidade da gestão é o Ministério dos Povos Indígenas, uma promessa de campanha de Lula. A pasta ficará com Sônia Guajajara, deputada federal considerada uma das pessoas mais influentes do mundo em 2022 pela revista Time.