JUSTIFICATIVA - 11/01/2023 07:44

Banco Central justifica estouro da meta de inflação pela 2ª vez seguida

Preços foram pressionados pela inércia do ano anterior, commodities e gargalos em cadeias produtivas, diz documento
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Banco Central justifica estouro da meta de inflação pela 2ª vez seguida | Foto: Agência Brasil / Divulgação 
O BC (Banco Central) divulgou carta aberta nesta terça-feira, enviada pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), ministro Fernando Haddad, para justificar o estouro da meta da inflação em 2022, pelo segundo ano consecutivo.
No documento, o BC afirmou que os preços no país foram pressionados pela inércia do ano anterior, a alta das commodities e gargalos em cadeias produtivas globais. Também destacou que cenário é de convergência da inflação para as metas e que as projeções do BC são de que o índice siga em queda ao longo de 2023, terminando o ano em patamar inferior ao de 2022.
Influenciada pelo aumento de preço dos alimentos, das roupas e dos itens de saúde e cuidados pessoais, a inflação oficial de preços do Brasil encerrou 2022 com alta de 5,79%, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A meta estabelecida pelo CVM (Conselho Monetário Nacional) para a inflação do ano passado era de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (de 2% a 5%). Segundo o documento, os principais fatores que levaram a inflação em 2022 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram a inércia da inflação do ano anterior; elevação dos preços de commodities, em especial do petróleo; desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas globais; choques em preços de alimentação, resultantes de questões climáticas; e retomada na demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade.
No entando, foram listados fatores que agiram no sentido contrário, reduzindo o desvio da inflação em relação à meta, como a redução na tributação sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações; comportamento da bandeira de energia elétrica, que passou de escassez hídrica para bandeira verde;  e apreciação cambial.
O BC avalia também a importância da política monetária com a alta da taxa básica de juros, que atingiu 13,75% no ano passado e poderá ser mantida por mais tempo neste ano. As projeções condicionais do BC são de que a inflação acumulada em quatro trimestres prossiga a trajetória de queda ao longo de 2023, terminando o ano em patamar inferior ao de 2022. No Relatório de Inflação de dezembro de 2022, as projeções condicionais17 apontam para inflação de 5% em 2023 (queda de cerca de 0,8 p.p. em relação à inflação observada em 2022),
"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", afirma o documento.
Justificativa
Esse é o segundo ano de descumprimento da meta de inflação e, portanto, o segundo ano seguido que Campos Neto divulga carta aberta. No ano passado, na carta enviada ao então ministro da Economia, Paulo Guedes, Campos Neto disse que a inflação seguiria alta em 2022, mas não iria estourar o teto da meta. Sua previsão, então, era que a meta seria
Em carta ao novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o Banco Central deve citar a guerra na Ucrânia e a reabertura econômica pós-covid como as principais justificativas para não cumprir a meta de inflação pelo segundo ano seguido em 2022. O banco também deve reforçar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, como arma para ganhar a batalha contra a alta de preços.
Toda vez que a inflação fica fora do limite de tolerância da meta, o BC tem de explicar por que falhou na sua principal missão: a estabilidade dos preços. Desde a criação do sistema de metas, em 1999, o BC descumpriu a meta seis vezes. Com a segunda carta seguida, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, se iguala a Henrique Meirelles no número de explicações oficiais à Fazenda.
Fonte: Correio do Povo
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...