O relatório preliminar divulgado pela Câmara dos Deputados aponta que o custo para a reparação dos danos causados pela invasão de manifestantes ocorrida no domingo (8) às sedes dos Três Poderes já ultrapassa R$ 3 milhões.
Foram considerados apenas os objetos e equipamentos que podem ser repostos: computadores, vidros, veículos e outros itens de mobiliário destruídos ou danificados na Câmara.A estimativa é de que 400 computadores foram destruídos no ataque, com custo de reposição estimado em mais de R$ 2 milhões. Além disso, duas viaturas usadas pela Polícia Legislativa foram danificadas e têm custo estimado em R$ 500 mil.
Os vidros nas fachadas têm custo estimado em R$ 100 mil. O tapete do Salão Verde, que foi queimado e depois inundado pelo uso de hidrantes, terá de ser reposto. Com aproximadamente 100 m², o custo estimado é de R$ 20 mil em material.No Colégio de Líderes foram danificados dois monitores do painel de vídeo wall, que custarão R$ 10 mil, além de cadeiras e uma mesa de telefone.
As lideranças partidárias tiveram pelo menos três TVs danificadas, com estimativa de R$ 2 mil cada. Outros bens danificados foram mesas de vidro do Salão Verde e cadeiras operacionais das lideranças do PSDB e do PT (queimadas pelos invasores).
Obras de arte
Os prejuízos e custos para reparação das obras de artes e presentes protocolares ainda não foram estimados. Houve, por exemplo, avaria do muro artístico do artista Athos Bulcão, danificado em um dos módulos. Muitas das peças que estavam expostas na vitrine do Salão Verde são de valor inestimável.A Câmara também informou que uma pérola do Catar e uma bola de futebol autografada por Neymar, que foram presenteadas à Câmara dos Deputados e estavam expostas no Salão Verde, sumiram após a invasão
Ainda não foram levantados os custos com mão de obra e materiais necessários à limpeza dos ambientes e reparos emergenciais, como na rede elétrica da plataforma superior do Palácio do Congresso.
A avaliação preliminar das obras de arte detectou os seguintes itens danificados:- dos 46 presentes protocolares expostos no Salão Verde, 6 estão desaparecidos ou irrecuperáveis. Muitos foram encontrados com danos pontuais que poderão ser restaurados;
- Muro Escultórico, de Athos Bulcão, 1976 – perfurado na base;
- Bailarina, de Victor Brecheret – descolada da base;
- Escultura Maria, Maria, de Sônia Ebling, 1980 – marcada com paulada.
Itens que não foram danificados:
- Escultura de Alfredo Ceschiatti, em bronze fundido, de 1977, conhecida como Anjo – Salão Verde;- Painel Candangos, de Emiliano Di Cavalcanti, de 1960 – Salão Verde;
- Painel Araguaia, de Marianne Peretti, 1977 – Salão Verde;
- Painel Alumbramento, de Marianne Peretti, 1978 – Salão Branco/Chapelaria.
Áreas atingidas
A invasão à Câmara atingiu diversas áreas: rampa do Congresso Nacional, plataforma superior – área das cúpulas, varanda frontal do Congresso, Salão Negro, Salão Branco (Chapelaria), Salão Verde, Plenário Ulysses Guimarães, Hall das Secretarias, corredores das lideranças (pisos inferior e superior), sala do Colégio de Líderes, liderança do PT e liderança do PSDB.
O edifício principal da Câmara dos Deputados corresponde à maior área do Palácio do Congresso Nacional. A responsabilidade pela outra parte do edifício do Congresso Nacional é do Senado Federal, que também foi invadido e sofreu depredações.