O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), nomeou a si mesmo como membro titular do conselho fiscal do Serviço Social do Comércio (Sesc). A indicação foi oficializada por meio do Diário Oficial da União (DOU) no início de janeiro.
Os membros deste conselho são remunerados por meio de jetom, portanto recebem conforme participam de reuniões. A CNN apurou que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) o comparecimento em cada encontro correspondia a R$ 3,5 mil.
São realizadas seis reuniões ordinárias por mês — o que resultaria em um pagamento de R$ 21 mil mensais. O pedetista, que acumulará funções, recebe cerca de R$ 39,2 mil como ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na mesma publicação, Lupi nomeou o tesoureiro do PDT, Marcelo de Oliveira Panella, para o conselho fiscal do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Enquanto Lupi fica com a cadeira antes ocupada pelo ex-ministro do Trabalho e Previdência Social Onyx Lorenzoni (PL), Panella substitui o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP).
Os conselhos fiscais de Sesc e Senac contam ainda com outros membros do governo federal, representantes de centrais sindicais e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O peso de voto é igual para todos os sete conselheiros que compõem colegiado, e os mandatos são de dois anos.
A CNN procurou o Sesc para que comentassem o caso. Em resposta, a instituição destacou que quatro dos conselheiros são indicados pelo governo federal. Apontou também que esses quadros “costumeiramente são vinculadas a órgãos do Poder Executivo, por se tratar de cargo de confiança”.
“A atuação dos indicados pelo governo acontece, por força da lei, desde a criação da instituição, há mais de sete décadas, não sendo da alçada do Sesc qualquer tipo de interferência no processo de seleção”, completou.
A CNN também contatos o Ministério da Previdência Social. Até o momento da publicação desta reportagem, não houve resposta.