Uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que, no Brasil, atualmente são 32 milhões de crianças e adolescentes que vivem em situação de pobreza, o que representa 63% das pessoas com até 17 anos no país. O levantamento é feito com base nos dados da Pnad Contínua, do IBGE. Vários indicadores são avaliados além da renda familiar, como se as crianças e adolescentes têm acesso às escolas, seguridade alimentar, saneamento básico e se vivem em condições precárias de moradia. Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes que viviam em famílias com renda abaixo da linha da pobreza, em um sistema monetário de pobreza extrema de menos de US$ 1,90 por dia, alcançou o maior nível dos últimos cinco anos, com 16,1%, contra 13,8% em 2017. O contingente de menores de idade privados de uma renda necessária para uma alimentação adequada passou de 9,8 milhões em 2020, para 13,7 milhões em 2021, o que representa um salto de quase 40%.
Já na área da educação, após anos em queda, a taxa de analfabetismo dobrou de 2020 para 2022, passou de 1,9% para 3,8%. Por isso, de acordo com a Unicef, a atual gestão do Governo Federal precisa criar políticas públicas para resolver as questões de seguridade alimentar para que crianças e adolescentes não sejam submetidos ao trabalho infantil e outros problemas decorrentes da pobreza extrema.