O número de nascimentos em Santa Catarina supera os de mortes no Estado. Os dados fogem do fluxo nacional, que registra mais mortes que nascimentos. As informações divulgadas nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) integram as Estatísticas do Registro Civil de 2021.
Segundo os dados, Santa Catarina teve 96.228 nascimentos ocorridos e registrados em 2021, contra 59.288 mortes.
Ainda assim, o Estado registrou queda de 1,8% nos nascimentos em relação ao ano anterior, representando 1.745 nascidos vivos a menos.
De acordo com a pesquisa, 99,3% (95.550) dos 97.973 nascimentos em Santa Catarina em 2021 ocorreram em um hospital. Já entre os 671 nascidos vivos (0,7%) fora de ambiente hospitalar, 458 (0,5%)nasceram no domicílio, 65 nascimentos a mais que em 2020.
Nascem mais homens
Dos nascidos vivos em 2021, 49.343 (51,3%) eram do sexo masculino, e 46.874(48,7%), do sexo feminino. As proporções foram as mesmas registradas em 2020.
Número de nascidos de mães estrangeiras cresce 46,8%
De acordo com os dados, 1.367 nascidos vivos tinham mães estrangeiras, um crescimento de 46,8% em relação a 2020, com 931 nascimentos. Em 2021 os filhos de mãe estrangeira representaram 1,4% do total de nascidos vivos, contra 0,9% em 2020.Outro dado importante da pesquisa é que Santa Catarina teve em 2021 o 2º menor percentual de nascidos vivos cujas mães tinham menos de 20 anos de idade (9,1%), representando 8.728 nascimentos. Foram 587 nascimentos a menos que em 2020 com mães dessa faixa etária. Em 2021, o Acre (22,1%) liderou nessa proporção, enquanto a nacional foi de 13,2%.
Mortes em alta
Já as mortes cresceram. Só para se ter uma ideia, Santa Catarina é o 4° estado que mais cresceu em número de mortes. Ao todo foram 28,9% em relação a 2020, o equivalente a 13.300 a mais que o ano anterior. Somente Paraná (35,9%), Rondônia (434,1%) e Mato Grosso do Sul (30,0%) tiveram percentuais maiores que o catarinense.O crescimento percentual de óbitos entre 2020 e 2021 foi mais de três vezes superior ao ocorrido entre 2019 e 2020 (9,5%).
Ao analisar os dados, Klívia Brayner, gerente responsável pela pesquisa, disse ao R7 que a pandemia de Covid-19 mexeu muito com a parte demográfica do Brasil nos últimos anos.
Outra informação do estudo é que 70% das mortes foram no grupo de 60 anos ou mais. Ao todo foram 41.507 (70,0%) dos 59.288 mortes do grupo de 60 anos ou mais, pouco abaixo do registrado em 2020 (71,6%), mas superior a 2019 (59,3%).
Já as pessoas de 30 a 59 anos concentram 25% das mortes no Estado em 2021, aumento de 2,4 pontos percentuais em relação a 2020 (22,6%).
Os grupos de 80 a 84 anos e de 85 anos ou mais foram os únicos em que o número de óbitos de mulheres superou o de homens.
Média nacional
De acordo com o portal R7, o número de óbitos no Brasil cresceu 18% (+273 mil mortes) em 2021 e totalizou aproximadamente 1,8 milhão. Trata-se do novo recorde na série, com a maior quantidade absoluta e a maior variação percentual na comparação com o ano anterior desde 1974.A quantidade de nascimentos, por sua vez, caiu 1,6%. Com a redução de cerca de 43 mil bebês no ano, o volume ficou próximo aos 2,6 milhões de nascimentos, o nível mais baixo da série, considerando os dados a partir de 2003, quando houve uma mudança metodológica na pesquisa.
Em 2020, o número de óbitos já havia chegado ao seu patamar mais elevado (cerca de 1,5 milhão). Com a continuidade da pandemia, o número de óbitos em 2021 teve aumento superior ao observado em 2020. Na comparação com 2019, a alta foi de 469 mil mortes (+35,6%). Já no período anterior à pandemia, de 2010 a 2019, o crescimento médio anual de óbitos era de 1,8%.
O aumento da quantidade de óbitos ocorreu especialmente no primeiro semestre de 2021, com destaque para o mês de março, com 202,5 mil mortes, valor 77,8% superior ao registrado em março de 2020. A partir de julho de 2021, observa-se uma tendência de queda e, de setembro em diante, o número de óbitos começa a cair em comparação ao do mesmo mês do ano anterior.
A análise por idade mostra que o crescimento no número de óbitos em 2021 foi mais intenso do que em 2020 entre os adultos de 40 a 49 anos (35,9%) e de 50 a 59 anos (31,3%). Já os idosos de 70 a 79 anos e de 80 anos ou mais tiveram aumentos abaixo dos registrados no ano anterior.
Ao longo de todo o ano de 2021, 2,7 milhões de registros de nascimento foram efetuados em cartórios brasileiros, número 1,6% menor (-43,1 mil nascimentos) do que o apurado em 2020 e que representa a terceira queda anual consecutiva na comparação com o ano anterior.
Do total de nascimentos, 2,6 milhões são relativos a crianças nascidas em 2021 e registradas até o primeiro trimestre de 2022, e aproximadamente 3% (73 mil) correspondem a pessoas nascidas em anos anteriores ou com o ano de nascimento ignorado.