No dia 22 de março, a Unoesc comemorará o Dia Mundial da Água com diversas atividades. A equipe do laboratório de Microbiologia estará na Praça Walnir Bottaro Daniel, em São Miguel do Oeste, das 9h às 17h participando do evento promovido pela Gerência Regional de Saúde em parceria com entidades como: Casan, Polícia Ambiental, prefeitura, Epagri e IMA. Também serão realizadas atividades com os estudantes, funcionários e professores da Unoesc São Miguel do Oeste.
A Diretora de Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Inovação da Unoesc São Miguel do Oeste, Eliandra Mirlei Rossi, que também é doutora em Microbiologia Agrícola e do Ambiente e pesquisadora na área, destaca que durante o evento será demonstrado com microscópios o que pode ser encontrado em águas contaminadas, além de promover atividades interativas com a mascote do laboratório.
No ano passado, foram finalizados três projetos de pesquisa que envolveram estudantes do Curso de Farmácia da Unoesc. Foram coletadas amostras de água usadas para o consumo humano provenientes de poços superficiais (conhecidos como fontes) e profundos (semiartesianos), em propriedades rurais, localizadas na região Extremo-Oeste de Santa Catarina.
O estudo apontou que a maioria (66,48%) dos poços usados pelas famílias ainda é superficial, mas o uso de mananciais hídricos profundos também é significativo (33,5%). Das amostras analisadas, apenas 30, ou seja, 16,48%, estavam próprias para o consumo humano. A maioria das águas impróprias (95,86%) era de poços superficiais e as análises estatísticas revelaram que a quantidade de coliformes encontrada nessas águas é significativamente maior quando comparado com os poços profundos.
Por outro lado, 59,01% dos poços profundos também apresentaram amostras impróprias para o consumo humano. Das análises realizadas (microbiológicas e físico-químicas), o principal problema encontrado, tanto nos poços superficiais quanto nos profundos, é a contaminação microbiológica. Ambos os mananciais oferecem níveis de risco aos consumidores, sendo que a maioria deles (39,4% dos profundos e 79,4% dos superficiais) apresenta risco alto e muito alto, conforme os padrões estabelecidos pela OMS.
— Os dados encontrados permitem concluir que os poços superficiais estão mais suscetíveis a contaminação, mas que os mananciais profundos também podem estar contaminados. Logo, é necessário desenvolver programas de monitoramento contínuo das águas de consumo humano e orientação aos consumidores nas propriedades agrícolas, uma vez que existe uma falsa ideia que as águas de poços são de ótima qualidade por não apresentarem alterações visíveis ou perceptíveis — finaliza Eliandra.