POLÍCIA - 16/03/2023 09:31

Golpe parecido com o que atingiu atletas do Palmeiras é descoberto em SC

Empresa alvo de operação em Santa Catarina teria movimentado R$ 6 milhões em dois anos
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Polícia prendeu um suspeito e cumpriu quatro mandados de busca e apreensão (Foto: PCSC/Divulgação)

Um esquema de pirâmide que teria movimentado cerca de R$ 6 milhões entre contas bancárias e criptomoedas nos últimos dois anos acabou sendo alvo de uma operação da Polícia Civil em São José, na Grande Florianópolis, nesta quarta-feira (15). Um investigado foi preso preventivamente. Há vítimas de Santa Catarina que afirmam ter perdido R$ 300 mil com o suposto golpe, parecido com o que vítimou ex-jogadores do Palmeiras e veio à tona em reportagem do Fantástico no último domingo (12).

A Operação Faraó, com nome que faz alusão às pirâmides do Egito e que foi deflagrada pela Delegacia de Polícia do Continente, em Florianópolis, ainda cumpriu quatro mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos pela Polícia Civil documentos, celulares, um tablet, uma carteira de criptomoeda, chamada também de cold wallet, e cheques, entre outros objetos que podem sustentar a apuração.

Como era o suposto esquema em SC

No centro do esquema catarinense, é investigada uma empresa de investimentos do Estreito, bairro na região continental de Florianópolis, que teria atraído diversas pessoas com a promessa de ganhos mensais de até 10% ao mês. Para isso, elas precisariam transferir dinheiro ou criptomoedas para a custódia da empresa, o que alimentava a suposta pirâmide.

Um representante legal da companhia, que acabou agora preso, e um outro suspeito movimentariam os valores todos. Eles prometiam aos clientes que os investimentos seriam repassados a uma suposta empresa de Portugal, responsável pelas operações com criptomoedas que renderiam os juros exorbitantes, conforme relatou o delegado Paulo Hakim, à frente da operação, ao NSC Total.

No entanto, novos contratantes do suposto serviço de investimento deixaram de receber os devidos rendimentos mensais, sob alegação da empresa de Florianópolis de que ela teria sofrido um bloqueio de seus criptoativos junto à empresa portuguesa.

As investigações tiveram início então há cerca de dois meses, para apurar crimes contra a economia popular e de lavagem de dinheiro. Já foram achadas vítimas catarinenses e do Rio de Janeiro.

— De Santa Catarina, oito pessoas registraram ocorrência. Mas já tem mais gente em um grupo de WhasApp que as vítimas criaram para tentar reaver o dinheiro. Teve vítima que perdeu R$ 300 mil, que vendeu caminhonete para investir. A do Rio de Janeiro perdeu R$ 110 mil. Não são aportes baixos — diz o delegado Hakim, segundo o qual a confirmação sobre se tratar de fato de um esquema de pirâmide é desafiada pela dificuldade em se rastrear o destino das remessas de criptomoeda.

Semelhanças com esquema de jogadores do Palmeiras

No caso que veio à tona envolvendo nomes do Palmeiras, o ex-atleta alviverde Gustavo Scarpa diz ter investido R$ 6 milhões na Xland, uma empresa de gerenciamento de criptomoedas que prometia ganhos de até 5% ao mês.

No entanto, Scarpa, que teria recebido a recomendação do investimento do então colega de time Willian Bigode, também já fora do Palmeiras, nunca obteve os rendimentos esperados nem recebeu a aplicação de volta.

O Ministério Público no Acre, onde a Xland está sediada, já foi acionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para apurar suposto esquema de pirâmide financeira no caso.

Ao Fantástico, o dono da Xland, Gabriel Nascimento, negou que se trate de pirâmide e alegou que também seria vítima no caso, após ter sofrido prejuízos com a falência de uma corretora de criptomoedas estrangeira que seria responsável pelas rentáveis operações.

— É muito semelhante. Aparentemente, o caso dos jogadores foi um golpe de pirâmide, prometeram também um retorno exorbitante por uma empresa de investimento de criptomoeda — diz o delegado Hakim.

Ele afirma ainda que esse tipo de pirâmide, envolvendo supostos rendimentos com moedas digitais, são mais recentes, mas que já são comuns esquemas estruturados de forma parecida só quem com outros motes, citando como exemplo pirâmides que impõem a suposta revenda de produtos ou serviços.

No fim das contas, há sempre uma promessa de ganhos exorbitantes que se mostra insustentável a longo prazo, segundo o delegado.

— Na pirâmide, tem gente que perde totalmente o que investiu, tem quem perde uma parcela disso, e tem outras pessoas que até ganham, que é o que incentiva isso a virar uma pirâmide. Mas chega uma hora em que ela colapsa, que não tem condições de pagar esses juros para todo mundo, para quem chegou por último e está na base da pirâmide — resume Hakim.

Fonte: Operação Faraó
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