Uma megaoperação desencadeada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas que visa coibir o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro cumpre 80 mandados de busca e apreensão e de prisão nesta quarta-feira (22) contra líderes de uma organização criminosa que controlam a venda de drogas em Santa Catarina e outros dois estados.
Nas primeiras horas da manhã, de acordo com o delegado Darci Nadal Junior, que coordena a DIC da região do Planalto Norte, foram apreendidos diversos veículos na casa de investigados, além de drogas, armas e uma grande quantia de dinheiro em espécie. Também houve sequestro de bens e imóveis adquiridos com por meio do tráfico.
Mais de 100 policiais estão envolvidos nesta ação, chamada de Operação Lockdown, e os mandados são cumpridos em Joinville, Garuva, Florianópolis, São José, Blumenau e Criciúma, além de São Paulo e Minas Gerais.Dinheiro apreendido em megaoperação da DIC de Canoinhas (Foto: Polícia Civil/Divulgação)
O delegado explica que as investigações tiveram início há cerca de um ano em Canoinhas a partir da instauração de inquéritos policiais na delegacia da cidade e, seguindo a trilha do dinheiro, a Polícia Civil conseguiu expandir para outros municípios e estados. Nesta fase da operação, não há, portanto, alvos na cidade do Planalto Norte catarinense.
— A operação tem como objetivo coletar elementos informativos de autoria e materialidade delitiva e realizar não apenas a prisão dos investigados, mas o bloqueio de valores e bens financeiros — destaca o investigador.Nadal ainda diz que os suspeitos não são "traficantes comuns", ou seja, não comercializam a droga diretamente, mas são "empresários do tráfico", que controlam e abastecem este mercado.
Durante as investigações, foi descoberto também que os investigados usavam empresas de fora do Estado e pessoas como laranjas para auxiliar na comercialização dos entorpecentes e dar certa "legalidade" na ação.
— Eles movimentam o dinheiro e, para reinseri-lo no comércio formal e atribuir aparente legalidade, compravam imóveis e veículos e colocavam em nome de terceiros, além de empresas de fachadas, aparentemente lícitas, para não chamar a atenção das autoridades — explica.
Ainda não é possível saber a quantidade de bens que foram bloqueados e nem a quantia de dinheiro apreendido. No momento, a polícia também não irá divulgar o número de mandados de prisão que estão sendo cumpridos, já que a operação ainda está em andamento e isso pode alertar os criminosos.