O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira mais um pedido de liberdade provisória do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Na decisão, Moraes cita "fortes indícios" de que Torres teria participado da elaboração da "minuta golpista" encontrada em sua casa e da suposta operação da Polícia Rodoviária Federal (STF) para impedir que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparecessem às urnas.
Mais cedo, Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) colha novamente o depoimento de Torres. A oitiva foi marcada para a próxima segunda-feira, 24, às 14h, na sede da PF em Brasília.
Ao justificar a presença de requisitos para manter o ex-ministro na prisão, Moraes também apontou "sua conduta omissiva quanto à permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano) e seu possível envolvimento na autorização para mais de cem ônibus dirigirem-se ao referido SMU e prepararem-se para a prática dos atos criminosos".
A determinação de Moraes contraria a Procuradoria-Geral da República (PGR), que na última segunda-feira defendeu a revogação da prisão preventiva de Torres. A PGR entendeu que, considerando o estágio das investigações, poderiam ser aplicadas medidas diversas, como uso de tornozeleira eletrônica.