O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Moraes determinou que ele use tornozeleira eletrônica, tenha o porte de arma de fogo suspenso, não deixe o país, não use redes sociais e não mantenha contato com outros investigados no inquérito sobre o 8 de Janeiro. Ele também deve permanecer afastado do cargo de delegado da Polícia Federal.
Entre as obrigações impostas a Torres está comparecer todas as segundas-feiras à Vara de Execuções Penais do DF e ficar em casa à noite e nos fins de semana, além da proibição de deixar a capital federal.
O ex-ministro foi preso assim que desembarcou no aeroporto de Brasília vindo dos Estados Unidos, onde estava de férias com a família. A suspeita é que ele tenha se omitido em relação aos atos extremistas de 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Torres está em uma cela especial no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no mesmo terreno do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, Distrito Federal.
Segundo Moraes, os motivos para a detenção "cessaram", porque a prisão preventiva já alcançou a finalidade prevista, com a realização de novas diligências policiais. "No atual momento, portanto, a manutenção da prisão não mais se revela adequada e proporcional, podendo ser eficazmente substituída por medidas alternativas", afirma.
O advogado de Torres, Eumar Novacki, disse que "o maior interessado na apuração célere dos fatos é o próprio Anderson Torres". "Recebemos com serenidade e respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes de conceder liberdade ao doutor Anderson Torres. A defesa reitera sua confiança na Justiça e seu respeito irrestrito ao Supremo Tribunal Federal", afirmou em nota. Novacki, no entanto, errou a data de prisão do ex-secretário — detido em 14 de janeiro.