A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira (17) a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as ações e os possíveis financiadores do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST). O deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) foi eleito o presidente do colegiado e o indicado para relatar foi o deputado Ricardo Salles (PL-SP).
A abertura da CPI é o resultado do esforço da oposição e da bancada agro, uma das mais fortes do Congresso. Já o MST estima que, em 2023, cerca de 90 mil famílias acampadas em assentamentos pelo Brasil se mobilizem para fazer ocupações durante o mês de abril e maio.
Só em abril deste ano, foram ao menos 11 áreas invadidas. Entre os alvos das ações dos militantes estão fazendas, áreas públicas e prédios da Embrapa e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A base do governo quer, no entanto, dar outro foco para a CPI e usar o espaço para promover o movimento. Foi pedida uma questão de ordem para tirar Salles como relator, mas o presidente indeferiu, alegando que os argumentos são subjetivos.
“Não é a primeira vez que, de forma equivocada, cruel e injusta, tentam manchar a honra do movimento que tem uma história de organização da luta pela reforma agrária, direito a terras, produção de alimento”, disse o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), completando que a tropa petista vai usar o espaço para “mostrar a verdade, a organização, a qualidade e a história do MST e outros movimentos que podem sofrer esse tipo de perseguição”.
Os nomes escolhidos pelo PT para travar o debate com a oposição foram: Padre João (MG), Nilo Tatto (SP), Valmir Assunção (BA), Paulão dos Santos (AL), Gleisi Hoffmann (PR), João Daniel (SE), Dionilson Marcon (RS) e Camila Jara (MS). “São nomes qualificados, experientes que conhecem a realidade do país, da agricultura, da reforma agrária”, disse Dirceu.