Durante a sessão, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) pediu a palavra como líder, mesmo sendo vice-líder, para questionar a indicação de Eliziane, e argumentou que a senadora “é amiga íntima do ministro Flávio Dino, um dos investigados pela CPMI”.
A oposição tenta enquadrar Dino e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como responsáveis pela invasão dos prédios públicos em 8 de janeiro e sustenta ter provas que mostram que a gestão federal foi omissa e não tentou impedir a entrada dos vândalos.
Já o governo quer mirar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados como responsáveis por incitar apoiadores a questionarem o resultado das urnas e, em um ato extremo, terminarem depredando os prédios dos Três Poderes.
No regimento, não há previsto um segundo vice-presidente, cargo que foi construído por acordo. Parlamentares discutiram se manteriam a chapa como foi negociado, se retirariam a segunda vice-presidência ou se determinariam que o relator indicasse um vice-relator para equilibrar as relações.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) — que presidiu a sessão antes da eleição por critério de idade — encaminhou o imbróglio para discussão posterior na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O movimento possibilitou a eleição, mas, caso os parlamentares da CCJ tenham um entendimento diferente, poderá haver mudanças na chapa.
Após a eleição, o presidente da CPMI pediu aos parlamentares o respeito aos trabalhos e garantiu que daria tratamento igualitário a todos os deputados e senadores. “Vamos prestar um grande serviço ao Brasil”, declarou Arthur Maia.