A reportagem apurou que Moreira foi afastado pelo ministério na quinta-feira (1º) — quando a operação foi deflagrada — mas a oficialização só saiu nesta segunda. As apurações apontam movimentações estranhas de dinheiro na conta de Moreira. O R7 tenta contato com o investigado, mas ainda não obteve retorno.
A operação investiga suposto superfaturamento na compra de equipamentos de robótica a partir de dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O esquema teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.
Prejuízo de R$ 8,1 milhões
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), as fraudes e superfaturamento geraram prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos, além de sobrepreço, em relação às despesas anteriores, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões.
De acordo com a PF, contratações "teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes".
No centro das suspeitas, está a empresa Megalic Ltda. Segundo a PF, a companhia foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios alagoanos. Entre os sócios da empresa, está Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Além de Moreira, um ex-assessor de Lira foi alvo de operação. Luciano Cavalcante trabalhou no gabinete de Lira, mas atualmente estava lotado na liderança do PP na Câmara. Pela função recebe R$ 14,7 mil de salário.
A assessoria de Lira disse que não vai se manifestar sobre o caso. O R7 procurou também a assessoria do PP, mas não obteve retorno.