De acordo com o delegado Osnei Valdir de Oliveira, responsável pela investigação, os homens estariam envolvidos em um suposto furto de carga ocorrido em Gaspar, em dezembro de 2022. À época, o caminhão da empresa iria transportar óleo de soja avaliado em R$ 450 mil.
O alimento, no entanto, que sairia do Vale do Itajaí, nunca chegou ao destino final. O motorista do veículo levou um Boletim de Ocorrência até a polícia, que teria sido registrado em Feira de Santana, na Bahia. O documento era falso e foi forjado para dar a impressão de que havia ocorrido um crime — o qual, no fim, foi praticado pela própria transportadora.
A investigação concluiu que o condutor do caminhão também estava envolvido no suposto roubo e atuou junto aos proprietários da empresa. Segundo a Polícia Civil, ele ainda não foi preso.Um dos presos é reincidente
O delegado informou, ainda, que um dos donos da transportadora já teve a prisão decretada em 2021, quando furtou uma carga de cerveja. O homem chegou a ficar foragido por um tempo, mas foi preso. Ele foi condenado pela prática dos crimes de furto, associação criminosa e uso de documento falso.
O empresário alegou, no entanto, que tinha problemas de saúde e, por isso, foi solto com o uso de tornozeleira eletrônica. Em 2022, ele passou o nome da transportadora de carga para o sobrinho, o que permitiu com que continuasse atuando no crime junto a outro comparsa — também preso nesta terça.Os dois proprietários até mesmo provocaram um acidente proposital com o caminhão da transportadora para tentar lesar a empresa responsável pelo seguro do veículo. Com os danos, eles receberiam o valor de R$ 400 mil, que não chegou a ser pago até o momento da prisão.
Ainda segundo a Polícia Civil, os criminosos teriam praticado roubos em outros estados, como Mato Grosso, São Paulo e Paraná. Em cada um desses lugares, eles alternavam os motoristas, que participavam da farsa.
A investigação em Santa Catarina foi feita pela Delegacia de Furtos e Roubos de Carga (DFRC/Deic), com apoio da Delegacia de Polícia de Pouso Redondo e DIC Rio do Sul. O caminhão usado nos crimes foi apreendido, junto a objetos e documentos que serão analisados. Uma espingarda calibre 12 também foi encontrada na residência dos empresários.