O Ministério da Saúde implementará uma mudança gradual na vacinação contra a poliomielite no Brasil, substituindo a VOP (Vacina Oral Poliomielite) pela versão injetável, conhecida como VIP (Vacina Inativada Poliomielite), a partir de 2024.
A recomendação foi aprovada pela CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização), levando em consideração novas evidências científicas que demonstram a maior eficácia da vacina injetável.
Essa atualização tecnológica visa aprimorar o esquema vacinal, embora não signifique o fim imediato da vacina oral, conhecida como “gotinha”.Por isso, o icônico Zé Gotinha, símbolo da importância da vacinação no país, continuará envolvido na sensibilização de crianças, pais e responsáveis, participando das campanhas e ações do Governo Federal.
Vacinação injetável é nova recomendaçãoDurante uma transmissão ao vivo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, juntamente com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), apresentou a nova recomendação.
O encontro teve como objetivo expor as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde para retomar as altas coberturas vacinais, especialmente entre as crianças, e discutir a importância da adesão dos profissionais de saúde e médicos ao MNV (Movimento Nacional pela Vacinação).Nísia destacou a parceria crucial entre o Ministério da Saúde e as sociedades científicas, ressaltando a necessidade de retomar a ciência e trabalhar nessa direção.
A prioridade do governo federal é recuperar as altas coberturas vacinais, considerando isso um movimento contínuo com monitoramento constante dos resultados.
A ministra enfatizou que esse trabalho não se restringe ao Ministério da Saúde, por isso estão se engajando com os movimentos da sociedade.A recomendação da CTAI em relação às vacinas contra a poliomielite é que o Brasil adote exclusivamente a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) como reforço aos 15 meses de idade, substituindo a forma oral atualmente utilizada.
Versão injetável da poliomielite no reforço
Após um período de transição a partir do primeiro semestre de 2024, as crianças que receberem as três primeiras doses da vacina oral passarão a receber apenas um reforço com a VIP injetável aos 15 meses, eliminando a necessidade da dose de reforço aos 4 anos.Com o intuito de retomar as altas coberturas vacinais e combater o risco de reintrodução de doenças, o Ministério da Saúde está adotando uma estratégia regional de vacinação chamada microplanejamento.
Essa abordagem envolve a análise da situação de cada região, definição de estratégias de vacinação adequadas à realidade local, acompanhamento e monitoramento das ações.Também projeta intensificação da vacinação em áreas específicas, como escolas, áreas indígenas e através de busca ativa de não vacinados.
Embora o Brasil não tenha notificado casos de poliomielite desde 1989, as coberturas vacinais contra a doença têm apresentado quedas nos últimos anos, ficando longe da meta de 95%.
Por isso, é fundamental mobilizar a população e retomar as altas coberturas vacinais no país, que já foi referência internacional nesse aspecto.
O MNV lançado pelo Ministério da Saúde em fevereiro busca sensibilizar e engajar toda a sociedade na retomada das altas coberturas vacinais no Brasil.A meta do governo federal é reconquistar a confiança da população nos imunizantes, tornando o país novamente referência internacional em vacinação, com uma cobertura de 90% em todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.