A esperança do empresário naquela hora era de que o voo da filha tivesse um atraso e que ela não estivesse no voo 3054, responsável pela morte de 199 pessoas, 12 delas em solo.
"Estava vendo a TV e saiu o flash de notícias sobre o acidente. Foi confirmado o número do voo, depois ficamos aguardando informações da companhia aérea", disse ao R7 Haddad, que hoje é vice-presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos, sobre o momento em que esperava a confirmação da morte da filha.
Veja as modificações feitas ao longo dos anos:
• A tecnologia contribuiu para que o processo de comandar aviões fosse facilitado;
• A Latam, antiga TAM, responsável pelo voo 3054, afirma que faz treinamentos anuais com tripulantes, com simulações de falha na aeronave;
• O Ministério da Infraestrutura modernizou as pistas no aeroporto de Congonhas (SP), onde ocorreu a tragédia. Foi concluído o grooving, sistema de ranhuras na pista que facilita o pouso em dias de chuva;
• Foi feita a revitalização do pátio de aeronaves, a reforma e a adequação das pistas de taxiamento, um novo balizamento noturno da pista e a recuperação de toda a sinalização de pistas e pátios de Congonhas.
Essas mudanças significam, ao menos, certo amparo aos familiares e amigos das vidas que foram perdidas na tragédia. "A aviação mudou muito com as altas tecnologias, mas também evoluiu para se tornar mais humana", afirma Haddad, que tem acompanhado de perto essas mudanças desde o acidente aéreo que levou a vida da filha.
Em nota, a Latam revelou que "o acidente trouxe aprendizados". "Embora consciente de que nada poderá compensar as perdas, a companhia se empenhou, desde o primeiro momento, em apoiar os familiares de todas as maneiras e concluir o mais rápido possível o procedimento da indenização", escreveu.
Eles haviam sido denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por “atentado contra a segurança de transporte aéreo”, na modalidade culposa.
O R7 teve acesso ao relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O documento mostra que não houve uma causa determinante para o acidente, mas, sim, uma série de fatores que culminou na tragédia. São eles:
• erro no procedimento dos pilotos;
• as condições da pista do aeroporto de Congonhas, que estaria molhada e escorregadia, impedindo que o avião freasse.
Parte da investigação do Cenipa ficou em aberto devido à destruição da aeronave, o que dificultou a coleta de provas.
O Airbus A320 da TAM (hoje Latam), que vinha do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tentou pousar, sem sucesso, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
As 187 pessoas dentro do Airbus não resistiram, bem como 12 que estavam nas imediações e foram atingidas pela aeronave ou por destroços do acidente.
O edifício da TAM Express sofreu danos estruturais que determinaram sua posterior demolição.
"Em relação ao acidente em julho de 2007, conforme relatório conclusivo do Cenipa, a infraestrutura não foi fator contribuinte para sua ocorrência, e a Infraero cumpriu com todas as recomendações apontadas no relatório. Ao contrário do exposto, as conclusões dispostas no referido documento não apontam a ausência do grooving como fator contribuinte ao acidente", escreveu.