Para Everton Gonçalves, superintendente da área, uma série de fatores tem beneficiado a dinâmica dos preços, como o arrefecimento das pressões inflacionárias internas e nas principais economias e a redução das incertezas no âmbito fiscal, com a tramitação favorável do novo arcabouço no Congresso e as aprovações da Reforma Tributária e do voto de desempate do governo nas decisões do Carf na Câmara dos Deputados. “A decisão do CMN em manter a meta de inflação para os próximos anos em 3,0% ajudou a impulsionar o processo de reancoragem das expectativas”, afirma. “A percepção de um cenário fiscal mais benigno foi compartilhada pela recente elevação da classificação do risco soberano pela agência Fitch”, completou Gonçalves. Por fim, de acordo com Gonçalves, o quadro favorável é ratificado também na avaliação dos fatores de baixa da inflação, como a apreciação do real, a deflação dos preços das commodities em reais e o arrefecimento da demanda interna.
Em junho, o Copom manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. Este é o período mais longo no qual ela esteve estacionada desde junho de 2019, quando a Selic foi mantida em 6,50% por 10 reuniões, ou quase um ano. Especialistas do mercado já esperavam que a taxa fosse mantida. Contudo, o comunicado trouxe uma mudança importante no tom adotado pelos membros, que foi mais moderado na avaliação dos analistas. No texto da ata, que detalha mais profundamente a visão do comitê, o grupo indicou a possibilidade de uma baixa dos juros em breve. Contudo, isso depende de como a inflação irá se comportar até agosto, quando será realizada a próxima reunião.