TRISTE ESTATÍSTICA - 29/07/2023 07:11

SC teve quase 500 mil casas destruídas por desastres naturais em 9 anos; Estado lidera ranking

Em comparação, o número é equivalente a todas as casas de Florianópolis moradias destruídas por quase duas vezes
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Enchente em dezembro de 2022 alaga casas em São João Batista – Foto: Cristiano Estrela/Secom/Divulgação/

Quase 500 mil casas e moradias de Santa Catarina foram destruídas ou danificadas por desastres naturais entre 2013 e 2022. O Estado lidera o ranking brasileiro divulgado na última quinta-feira (27) pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).

Segundo o levantamento, foram 485.748 moradias destruídas por causa de desastres no Estado. É como se Florianópolis tivesse todas as moradias destruídas quase duas vezes.

A comparação leva em conta os domicílios recenseados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Censo de 2022, que ao todo foram 284.991.

Santa Catarina puxa o índice do Sul, que é a região com maior número de habitações danificadas. Em segundo lugar está o Rio Grande do Sul, com 430.737 e, em terceiro, Minas Gerais, com 212.420.

O relatório também apontou que, ao longo dos nove anos, 347.626 pessoas foram desabrigadas ou desalojadas em Santa Catarina, colocando o Estado como 6º no ranking da categoria.

Foram 38.482 pessoas que dependeram de abrigo concedido pelo poder público. Ainda segundo o levantamento, outras 309.144 foram forçadas a sair de suas casas, mas foram acolhidas por familiares ou conhecidos.

4,2 milhões pessoas perderam ou abandonaram suas casas no Brasil

O relatório apontou que, entre 2013 a 2022, mais de 2,2 milhões de residências foram destruídas ou danificadas em todo o país em função de desastres naturais.

A estimativa é que esses eventos tenham afetado diretamente mais de 4,2 milhões de pessoas, que tiveram de deixar suas casas em 2.640 municípios do País. Calcula-se que ocorreu um prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres públicos.

SC na rota de eventos extremos causados por mudanças climáticas

Apenas em agosto de 2022, 364 pessoas tiveram que abandonar suas casas após um ciclone extratropical atingir Santa Catarina. Segundo o geógrafo e pesquisador Lindberg Nascimento, o Estado está na rota de eventos extremos causados por mudanças climáticas.

“Santa Catarina está na rota de vários processos climáticos, a gente tem eventos extremos oriundos de vários fenômenos: ciclone extratropical, tornado, neve, chuva extrema, inundação, movimento de massa”, pontua.

O aumento da frequência e volume de chuva é influenciado pelo fenômeno El Niño, considerado em 2023 o mais intenso dos últimos 25 anos na costa da América do Sul.

Além disso, o cientista lembra que mudanças climáticas influenciam no aumento da temperatura do Oceano Atlântico. Segundo Nascimento, esse aquecimento implica em ciclones extratropicais, como os que atingiram Santa Catarina nos últimos dois meses.

Políticas públicas teriam evitado consequências graves

O estudo da CNM também defende que os impactos sociais e econômicos poderiam ter sido menores, caso tivessem sido criadas políticas de gestão urbana, habitação e prevenção do risco de desastres.

O órgão diz que o investimento federal nesses últimos 10 anos foi muito baixo na área de proteção e Defesa Civil. E que houve queda brusca de novos contratos habitacionais por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Ainda segundo o relatório, contratos de moradias em municípios que estão no cadastro nacional de risco tiveram queda desde 2015 e foram praticamente zerados a partir de 2019.

Nesse ano, houve apenas um registro. Para efeitos de comparação, foram 884 em 2010. Os valores investidos também caíram: passaram de bilhões de reais entre 2009 e 2014 para R$ 42 milhões em 2019.

Fonte: ND+
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