A queda da taxa de desemprego no Brasil para 8%, o menor patamar dos últimos nove anos, evidencia também a aproximação dos estados do Paraná (4,9%), Mato Grosso do Sul (4,1%), Santa Cantarina (3,5%), Mato Grosso (3%) e Rondônia (2,4%) de um ambiente de "pleno emprego".
A definição teórica de "pleno emprego" representa o uso máximo da força de trabalho, com um equilíbrio entre a procura e a disponibilidade de vagas. Na situação, a busca por uma nova colocação profissional tende a ser pequena.
Pedro Afonso Gomes, economista e presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), afirma que o conceito varia de acordo com a situação de cada sociedade. No Brasil, segundo ele, a permanência da taxa abaixo dos 7% por um ano representa uma situação de "pleno emprego".
"Alguns economistas colocam 3,5% como o percentual ideal de desempregados para que a economia funcione normalmente. Outros dizem 5,5%. [...] Se a economia funciona de maneira mais dinâmica, admite-se um desemprego maior, de até 7%, como no caso brasileiro. Caso seja uma economia estagnada, o desemprego acaba permanente para alguns trabalhadores", explica.
A pesquisadora, no entanto, cita o crescimento da agropecuária como determinante para o baixo nível de desocupação em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já em Santa Catarina e no Paraná, Adriana observa o avanço da atividade industrial e de serviços na região.
"É preciso entender que, mesmo havendo um desemprego menor, o nível dos empregos também é de menor qualidade sob o ponto de vista de segurança para o trabalhador, o que também precisa melhorar", reforça o presidente do Corecon-SP.
Para o economista membro do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) Carlos Caixeta, a redução de 1,5 milhão de pessoas fora da força de trabalho em um ano confirma a retomada da economia brasileira. Para os próximos meses, Caixeta cita a redução das taxas de juros e a aprovação da reforma tributária como determinantes para trazer mais "credibilidade" para o Brasil no cenário internacional.