Caso a decisão seja implementada, todas as aquisições pagas em prestações correrão o risco de ficar mais caras.
Por exemplo, será mais difícil dividir a compra de uma geladeira sem aumentar o preço do produto.
Mauro Francis, presidente da Ablos, ressalta que dividir as aquisições em prestações ajuda “quem não tem condições de pagar à vista”.
“O cenário atual de inflação e juros altos, dificulta o consumo das famílias, principalmente de baixa renda, que é a maior parte da população brasileira e que usa a opção de parcelamento das compras como forma de manterem o mínimo de condições de sobrevivência. Ademais, muitos lojistas vendem parcelado para manterem seus negócios.” afirma ele.
A possibilidade de limitar essa forma de pagamento foi mencionada pelo presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, em audiência no Senado na última quinta-feira (10).
A ideia seria ter “algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento [de compras] sem juros tão longo”, segundo ele. No dia seguinte, Campos Neto disse ter levado um “puxão de orelha” por causa da fala.
Inadimplência de quem paga à vista equivale à de quem parcela no rotativo do cartão de crédito
Problema complexo
Uma delas é a baixa taxa de recuperação de crédito. Ou seja, quanto se recupera de um valor devido a alguém ou a um banco.
No Brasil, 18,2% do débito é restituído pelo credor. A média mundial é de 36,9%. Os dados são do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Próximos passos
Nos últimos meses, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou os patamares cobrados pela modalidade.