Com a terceira expansão mensal seguida, o setor responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, acumula ganho de 2,2% no período e passa a operar 12,8% acima do patamar pré-pandemia e 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), alcançado em dezembro do ano passado.
Rodrigo Lobo, gerente responsável pela pesquisa, afirma que a alta coloca o setor no segundo nível mais alto da série histórica. "O que temos observado é que, em 2023, os serviços vêm mês a mês com resultados muito próximos ao ponto mais alto da série", destaca ele. No ano, o setor acumula alta de 4,5% frente ao mesmo período do ano passado. Já o acumulado em 12 meses, a expansão é de 6%.
O crescimento do volume de serviços no país frente ao mês anterior foi acompanhado por apenas 13 estados, com destaque para Rio de Janeiro (1,4%), Goiás (5,6%), Bahia (2,9%), Mato Grosso (3,0%) e Ceará (3,3%). Já as maiores influências negativas vieram do Distrito Federal (-2,9%), São Paulo (-0,1%), Pará (-3,0%), Rio Grande do Sul (-0,6%) e Espírito Santo (-1,8%).
No mês, três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo, com destaque para os transportes (0,6%), setor com o maior impacto sobre o resultado geral do índice. Com o avanço de julho, o setor de transportes se recuperou da variação negativa do mês anterior (-0,4%).
A principal influência para o resultado veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses. Com isso, o transporte de cargas atingiu novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Dentre as atividades que fazem parte do setor, o rodoviário de cargas foi o maior responsável pela alta de julho.
Lobo ressalta que uma das explicações para o crescimento da atividade de transporte rodoviário de cargas desde o pós-pandemia é a mudança de paradigma em relação ao comércio eletrônico, que teve um boom com a migração das lojas físicas para as plataformas digitais.
Famílias
O setor de serviços prestados às famílias segue como o único a não superar o patamar pré-pandemia. Em julho, ele operava 1,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o menor distanciamento já registrado.
Por outro lado, as duas atividades investigadas pela pesquisa que tiveram resultados negativos em julho foram os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%). No caso do primeiro setor, a queda veio após um crescimento de 1,1% no mês anterior.
De acordo com Lobo, a retração nos serviços profissionais, administrativos e complementares é explicada principalmente pela perda de receita de empresas de atividades jurídicas, que haviam crescido no mês anterior devido a ganhos de causas judiciais. Outras perdas do setor partiram das empresas de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade e aquelas que atuam com consultoria em gestão empresarial e de serviços de limpeza.