A alta surge após três meses com o setor próximo de zero, explica Cristiano Santos, gerente responsável pela PMC (Pesquisa Mensal de Comércio). “[A variação de julho] assemelha-se a março, em termos de patamar, pegando esse cenário de estabilidade, mas ainda não é o caso de um crescimento pronunciável”, ressalta ele.
No acumulado dos últimos 12 meses, o volume de vendas no comércio acumula expansão de 1,6%. Já em relação ao mesmo período do ano passado apresenta alta de 2,4%, o segundo crescimento consecutivo nessa comparação.
Na passagem de junho para julho, quatro atividades tiveram alta. O destaque mensal ficou com conta do ramo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com expansão de 11,7%. A atividade é que apresenta a maior volatividade no ano de 2023, com resultados de grande amplitude, tanto no campo negativo quanto no positivo.
A segunda maior alta partiu do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apresentou expansão de 8,4% na passagem de junho para julho. Santos explica que a área vem de um comportamento negativo nos últimos meses, influenciado pela crise contábil de grandes cadeias.
“A alta vem muito por conta de base de comparação baixa, mas também houve promoções pontuais. Algumas grandes lojas realizaram uma espécie de antecipação de black friday. Embora tenha sido algo bastante específico, focado, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente para uma virada de trajetória” afirma ele.
Segundo Santos, esse resultado é influenciado por a uma pressão menor da inflação, atuando no aumento da receita das empresas. “Uma vez que diminuiu a pressão dos preços dos alimentos, a demanda tem margem para crescimento”, avalia. A outra atividade que fechou julho no campo positivo foi artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).