Além do maior consumo de energia elétrica e de água, diversos segmentos podem ter queda de produtividade, com custos mais altos.
"Com o aumento da temperatura global, algumas pragas podem ficar mais resistentes, o que vai forçar o sistema agrícola a usar mais fertilizantes, agrotóxicos e investir em outras estratégias de controle, elevando os custos de produção. Esse aumento acaba sendo repassado para o consumidor, piorando o custo de vida", explica a profissional, que também é especialista em mudanças climáticas e ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), área que orienta boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa e investimento.
Ainda em relação ao agronegócio, base da indústria alimentícia, outra questão é a de culturas que não se adaptam ao calor. "O café, por exemplo, é uma planta que precisa de temperaturas mais amenas para a produção ser boa e de qualidade. Com o calor acima da média, vai haver perda e, consequentemente, falta desse produto, o que também faz o preço subir", avalia.
"Os produtores rurais podem enfrentar um aumento das pragas e do consumo de água, safras com produção reduzida e dificuldades em conseguir financiamentos, tudo por conta do calor excessivo", afirma João Batista de Oliveira Bolognesi, professor do curso de ciências contábeis da Faculdade Anhanguera.