Segundo dados do BC (Banco Central), foram concedidos R$ 6,6 bilhões em agosto, ante R$ 4,8 bilhões em julho. Um crescimento de até 37,8%.
O crescimento coincide com a nova redução do teto de juros do consignado para beneficiários do INSS. O limite para o empréstimo com desconto em folha caiu de 1,97% para 1,91%, em agosto. Já na modalidade de cartão de crédito, o índice máximo caiu de 2,89% para 2,83%.Além disso, segue o movimento de queda da taxa básica de juros, a Selic, que desde agosto já recuou 1 ponto percentual, para 12,75%.
E também ocorre ao mesmo tempo que o Programa Desenrola Brasil, para renegociação de dívidas, lançado em 17 de julho, já registrou 14,3 bilhões em volume financeiro negociados. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), já foram retirados do negativo 6 milhões de registros de clientes.
Atualmente, 16.995.121 aposentados e pensionistas têm algum empréstimo consignado ativo, de acordo com o INSS. O número equivale a quase metade do total de beneficiários do instituto.
Para o advogado João Badari, especialista em direito previdenciário e sócio do Aith, Badari e Luchin Advogados, a concessão do consignado cresceu porque, de todas as opções, a modalidade é a que tem a menor taxa de juros.
Mas o advogado orienta o aposentado a utilizar esse empréstimo só em caso de necessidade. "Em primeiro lugar, as pessoas têm que tomar muito cuidado com o consignado. Tem que tomar cuidado com qualquer crédito que vá pegar no banco. Se a pessoa já está endividada, se não está conseguindo sobreviver com o benefício, com um novo crédito, que terá de pagar parcela mensal, ficará mais difícil", avalia.
Os aposentados e os pensionistas vão poder acompanhar as informações sobre os empréstimos consignados por meio do extrato do Meu INSS, a partir do fim de outubro, segundo o instituto.
As novas regras para ampliar a transparência de taxas e custos do empréstimo consignado, do cartão de crédito e do cartão consignado para beneficiários do INSS determinam a divulgação de dados da modalidade para facilitar o acompanhamento.
A Dataprev, empresa de tecnologia e informações do governo federal, começou a receber e a validar as taxas de juro do empréstimo consignado praticadas pelas instituições financeiras neste mês.