Pela terceira semana consecutiva, os analistas consultados pelo Banco Central ajustaram para baixo a projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), conforme revelado no Boletim Focus. A expectativa para o ano corrente foi reduzida de 4,55% para 4,53%. Quanto aos anos subsequentes, a estimativa aponta uma inflação de 3,91% para 2024, enquanto para 2025 e 2026, a previsão é de 3,5% em ambos os anos. Mesmo com essa diminuição, a projeção para 2023 permanece acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em termos percentuais, o intervalo estabelece um limite inferior de 1,75% e um superior de 4,75%. O BC alerta para uma probabilidade de 67% de o índice oficial de inflação ultrapassar o teto da meta em 2023. Já a expectativa para 2024 também supera o centro da meta, fixado em 3%, mas se mantém dentro do intervalo de tolerância.
O mês de outubro registrou um aumento nos preços das passagens aéreas, contribuindo para a pressão inflacionária. O IPCA, entretanto, marcou 0,24%, abaixo da taxa de setembro, que alcançou 0,26%. No acumulado do ano, a inflação atingiu 3,75%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice está em 4,82%. O Banco Central, visando controlar a inflação, utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, atualmente fixada em 12,25% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Após um ciclo de quedas no primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, levando o Copom a realizar o terceiro corte consecutivo na taxa de juros. O comitê sinaliza a possibilidade de ajustar o ritmo de cortes.
A expectativa é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa aponta uma taxa básica de juros de 9,25% ao ano. Quanto a 2025 e 2026, as projeções são de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente. A taxa básica de juros influencia os preços, uma vez que juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança, embora outros fatores, como risco de inadimplência, lucratividade e despesas administrativas, também sejam considerados pelos bancos na determinação das taxas cobradas dos consumidores.