Estima-se que, em 2020, tenham ocorrido 325 mil novos casos e 57 mil mortes pela doença em todo o mundo.
As vacinas terapêuticas representam hoje uma verdadeira esperança na oncologia, uma “imunoterapia 2.0”, segundo Bancel.
O pipeline da Moderna recebeu um impulso na quinta-feira, com os últimos resultados dos ensaios clínicos que mostram uma melhoria nas chances de sobrevivência graças à vacina.
Num estudo que envolveu 157 pessoas com melanoma avançado, a vacina da Moderna, em combinação com o medicamento imunoterápico Keytruda, da Merck, reduziu o risco de recorrência ou morte em 49% durante um período de três anos, em comparação com a administração apenas de Keytruda.
"A diferença na sobrevivência está aumentando. Quanto mais o tempo passa, mais você vê essa vantagem", disse Bancel, observando que a taxa de efeitos colaterais não aumentou.
“Temos uma em cada duas pessoas, em comparação com o melhor produto do mercado, sobrevivendo”, disse ele, “o que em oncologia é enorme”.
Os ensaios clínicos existentes poderiam, assim, constituir a base para a aprovação condicional da vacina, conhecida por agora como mRNA-4157, disse Bancel.
Tanto a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA como a Agência Europeia de Medicamentos colocaram a terapia num processo de revisão acelerada.
É, portanto, um exemplo de medicina “individualizada” adaptada “apenas à pessoa tratada”, afirmou Bancel.
A empresa também anunciou na segunda-feira o início de um ensaio de fase 3 para uma vacina de mRNA contra o câncer de pulmão e está estudando outros tipos de tumor.
A esperança de Bancel é combinar essas vacinas contra o cancro com “biópsias líquidas”, testes inovadores que detectam sinais de tumores por meio de análises do sangue e que começaram a ser disponibilizados nos Estados Unidos.