Um estudo científico publicado nesta quarta-feira (24) mostrou que o antirretroviral lenacapavir tem uma eficácia geral de 100% na prevenção da infecção pelo HIV. A publicação foi divulgada na revista científica New England Journal of Medicine (NEJM).
De acordo com a pesquisa, o medicamento utilizado como Profilaxia Pré-Exposição (Prep) da farmacêutica Gillead, injetado apenas duas vezes ao ano, age contra o HIV-1, responsável pela maior parte das infecções em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O estudo acompanhou cerca de 2.134 mulheres na Uganda e na África do Sul, que estão entre os 11 países com a maior prevalência do vírus entre a população adulta. Nenhuma delas contraiu o HIV após receber doses do medicamento.
Outros medicamentos como o Truvada (16 infecções entre 1.068 mulheres) e do Descovy (39 infecções entre 2.136 mulheres). Ao todo, 5.338 mulheres participaram da pesquisa.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na 25ª conferência internacional sobre a Aids, que acontece na Alemanha.
Medicamento representa esperança, mas precisa ser fornecido para todos que precisam, diz ONU
O medicamento representa uma 'esperança para o fim da Aids' em todo o mundo até 2030, segundo comunicado emitido pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids após a divulgação dos resultados.
No entanto, a agência da ONU reitera que a farmacêutica responsável pelo medicamento precisa assegurar o medicamento para todas pessoas que necessitem usá-lo.
Como é a prevenção e tratamento de Aids no Brasil?
No caso do Brasil, a PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo, segundo o Ministério da Saúde. Há duas indicações: a PrEP diária ou sob demanda, quando uma pessoa for possivelmente exposta ao vírus.Além disso, para quem tem o diagnóstico de HIV, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos antirretrovirais. Segundo a pasta da Saúde, os medicamentos reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo da pessoa vivendo com HIV, fazendo com que esta alcance a chamada “carga viral indetectável”.
O lenacapavir ainda não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).