Pesquisadores descobriram que dois tipos de antibióticos amplamente prescritos, as sulfonamidas e as cefalosporinas, geralmente usadas no tratamento de infecções causadas por bactérias, fungos e protozoários, podem colocar os pacientes em risco de desenvolver erupções cutâneas graves que podem evoluir para complicações fatais.
Antibióticos podem causar reações graves
Um estudo publicado na revista JAMA Network, analisou dados de mais de 100.000 pacientes com 66 anos ou mais, que foram prescritos antibióticos orais pelo menos uma vez entre 2002 e 2022 em Ontário, Canadá.De acordo com a pesquisa, 21.758 pacientes buscaram atendimento de emergência ou foram hospitalizados devido a reações cutâneas adversas a medicamentos, que podem causar erupções severas na pele e até mesmo afetar órgãos internos.
Os antibióticos identificados como os mais propensos a causar essas reações incluem as sulfonamidas, frequentemente utilizadas para tratar infecções do trato urinário e outras condições como malária e infecções de pele, e as cefalosporinas, empregadas no tratamento de pneumonia, meningite e peritonite.
Os antibióticos citados no estudo como associados a um risco maior de reações adversas cutâneas graves incluem:
1- Sulfonamidas
2- Cefalosporinas
3- Penicilinas
4- Fluoroquinolonas
5- Nitrofurantoína
6- Macrolídeos
Cerca de 5% dos pacientes hospitalizados com essas reações graves morreram.
Antibióticos
David Juurlink, chefe da Divisão de Farmacologia Clínica e Toxicologia do Centro de Ciências da Saúde Sunnybrook, alertou que, embora raras, essas reações medicamentosas graves podem ser fatais.“Os pacientes devem estar atentos a erupções cutâneas, febre e outros sintomas, que podem começar semanas após o início de uma prescrição e até mesmo depois que o curso dos antibióticos tenha terminado”, enfatizou Juurlink.
Maioria dos casos não precisou de internação
Erika Lee, alergista e coautora do estudo, destacou que a maioria dos pacientes que buscaram atendimento médico foram liberados sem a necessidade de internação.“A boa notícia é que a maioria dos pacientes que foram ao hospital com essas reações teve alta sem precisar ser internada, o que deve ser tranquilizador para médicos e pacientes. Mas esses achados ressaltam a necessidade de práticas de prescrição cuidadosas”, finaliza a especialista.