A Secretaria Estadual da Saúde (SES) publicou nessa segunda-feira um alerta epidemiológico com orientações para profissionais da área e para a população em geral referente à Mpox. Neste ano, até o momento, o Rio Grande do Sul registrou cinco casos confirmados, sendo três de Porto Alegre, um de Gravataí e outro de Passo Fundo.
Em nenhum dos casos o vírus detectado foi da nova variante que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
O objetivo do alerta publicado pelo Centro de Vigilância em Saúde (Cevs) é detectar os possíveis casos suspeitos e analisar o perfil genotípico das amostras. A medida busca identificar a presença da nova variante no Estado e desencadear medidas de controle e promoção de saúde em resposta ao agravo.
A Mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, classificado por dois clados genéticos: 1 e 2. Clados são grupos de vírus que, apesar de terem semelhanças, não são geneticamente idênticos.
Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoas infectadas pelo mpox vírus, materiais contaminados com o vírus ou animais silvestres (roedores) infectados.
Foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo (RDC), na África, onde continua a ser endêmica.
Em maio de 2022, foram identificados, pela primeira vez, surtos na Europa e em outros países não endêmicos, sem associação com viagens ou contato com animais. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em junho daquele ano. Em agosto de 2022, a SES declarou situação de transmissão comunitária no Estado.
Não é a nova Covid-19
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse nesta terça-feira, em Genebra, que a Mpox - independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 - não configura “uma nova covid”.“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”, disse. “Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,” disse.
O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). “Implementamos uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública”, detalhou.