Nos próximos dias, o céu catarinense deve voltar a apresentar uma coloração alaranjada devido à fumaça das queimadas na Amazônia. A partir desta sexta-feira (6), ventos vindos do Norte trarão fuligem para o estado, resultando novamente no fenômeno do céu alaranjado.
A Defesa Civil alerta que, a longo prazo, a presença de fumaça no ar só diminuirá com o controle das queimadas nas regiões afetadas. A chegada da estação chuvosa, prevista para ocorrer entre a primavera e o verão, também podem controlar os focos de incêndio.
Céu alaranjado é oriundo da fumaça das queimadas na Amazônia, diz especialista
De acordo com o meteorologista Piter Scheuer, embora a coloração possa ser vista como um espetáculo visual, ela representa uma grave consequência das queimadas prolongadas.“Isso acontece por conta da poluição e das fumaças que estão concentradas próximas ou acima da camada limite”, alerta o meteorologista.
Scheuer explica que o efeito visual na cor alaranjada ocorre devido ao ângulo do sol em relação ao ‘espectro das cores’. “O ângulo do Sol, que fica alinhado ao horizonte, faz com que o comprimento de onda que o Sol emite seja maior, ficando dentro do espectro alaranjado”, comenta.
Com isso, o céu adquire tons alaranjados devido às partículas de fumaça e fuligem que se espalham na atmosfera. Isso acaba afetando a qualidade do ar e aumentando os riscos de problemas respiratórios para a população.
INPE já detectou mais de 3 mil focos de queimadas na Amazônia
A MetSul Meteorologia informa que a maior parte dessa fumaça provém do Sul da Amazônia, especialmente do “arco do desmatamento”. Esta área inclui estados como Amazonas, Rondônia, além de regiões da Bolívia, onde os incêndios têm sido particularmente frequentes e intensos.
Dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que entre a noite de domingo e a noite de ontem, foram detectados 3.432 focos de calor na Amazônia. A situação se agrava devido à falta de chuvas na região, o que dificulta a redução dos focos de incêndio.
A Defesa Civil explica que o aumento das queimadas nesta época do ano é um fenômeno sazonal esperado. O fenômeno é resultado do regime climático que alterna entre uma estação seca (outono e inverno) e uma estação chuvosa (primavera e verão).