Todos os anos, milhares de brasileiros morrem por doenças cardiovasculares. Conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), anualmente, 400 mil brasileiros morrem em decorrência destas enfermidades. Já em Santa Catarina, segundo o DataSUS, foram 13 mil mortes por estas doenças em 2023. Por isso, setembro é o mês dedicado à conscientização dessas patologias silenciosas, mas que são a maior causa de óbitos no país.
A médica patologista do Laboratório Santa Luzia, Annelise Wengerkievicz, explica que é preciso estar atento aos fatores de risco e ao diagnóstico precoce.
— Por isso, o mês de conscientização é importante, para lembrar as pessoas de realizar uma avaliação médica, exames de rotina e principalmente para lembrar do quanto a adoção de um estilo de vida saudável contribui para a redução do risco dessas doenças — afirma a médica.
Fatores de risco
A médica cita os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares:- Pressão Alta (hipertensão arterial sistêmica);
- Diabetes e Tabagismo;
- Colesterol elevado;
- Obesidade;
- História familiar de doenças cardiovasculares; e
- Sedentarismo.
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— A atividade física e a perda de peso por si só é capaz de reduzir a pressão arterial e para muitas pessoas evitar o uso de medicamentos para este fim. É importante que todas as ações sejam orientadas por um médico, que é quem pode definir a melhor opção para cada paciente — explica.Além disso, para pessoas que já têm doença cardiovascular diagnosticada, o diagnóstico precoce permite o uso de tratamentos que evitam a perda de função dos órgãos, melhorando a qualidade de vida e reduzindo o risco de morte por essas doenças.
Sintomas
Como as doenças cardiovasculares (ou DCV) são, na maioria das vezes, silenciosas, não se deve esperar que elas se manifestem para tomar uma atitude. Segundo a médica, como estses tipos de patologias atingem os vasos sanguíneos, elas podem ocorrer em qualquer órgão.— Quando acontecem no coração, a manifestação pode ser a dor no peito, conhecida por angina, ou a insuficiência cardíaca, que é um bombeamento ineficiente do coração, que ocasiona cansaço aos esforços ou na posição deitada, e inchaços nas pernas. Quando a DCV se manifesta no cérebro, é que se conhece por derrame (acidente vascular), quando o tecido cerebral é prejudicado pela falta de fluxo sanguíneo e perdemos funções neurológicas como sensibilidade, movimento, fala, a depender da área cerebral afetada. Também são comuns as doenças renais, com perda de função e necessidade de diálise, e ainda as doenças periféricas, que levam a feridas de difícil cicatrização, dor para caminhar e algumas vezes gangrena e necessidade de amputação de membros — pontua a médica.
Tratamento no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No primeiro atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, são oferecidas ações preventivas, como o acompanhamento e o monitoramento de fatores de risco, como hipertensão e diabetes.
Em caso de diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente é encaminhado à Atenção Especializada, onde será acompanhado por um especialista, realizará exames e os procedimentos necessários, sejam eles ambulatoriais ou cirúrgicos. O Brasil tem mais de 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular.Como se prevenir
Adotar um estilo de vida saudável não contribui apenas na redução do risco cardiovascular, mas também ajuda na prevenção de outras doenças, como câncer e diabetes, além de contribuir para um envelhecimento saudável.A médica patologista Annelise Wengerkievicz menciona o tabagismo como a maior causa de morte prevenível. Perder peso também ajuda a reduzir a pressão arterial (a perda de um quilo, segundo ela, reflete na redução de 1 mmHg na pressão arterial).
— Atividade física regular traz muitos efeitos benéficos para a saúde, e o mínimo recomendado é de 30 minutos de atividade moderada por dia, e boas opções de atividades físicas para baixar a pressão arterial são caminhar, correr, nadar, pedalar e dançar. Além disso, manter uma dieta saudável, com pouco sal, limitar o consumo de álcool e ter uma boa qualidade de sono. Lembrando que é importante o acompanhamento de um médico — conclui.