Um acidente envolvendo caminhões é registrado a cada meia hora nas estradas federais, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal. No primeiro semestre de 2024, quase 9 mil colisões (8.993) foram registradas, refletindo uma preocupante tendência de alta. Em 2023, mais de 13.600 acidentes resultaram em 534 mortes, o que representa um óbito a cada 16 horas.
A principal causa, segundo caminhoneiros, é a pressão por prazos curtos de entrega, que força muitos profissionais a dirigirem sem descanso adequado. Caminhoneiros ouvidos pela reportagem do SBT Brasil dizem ainda que cobrança por menor tempo de viagem leva os motoristas a enfrentarem o sono e os perigos da estrada.
A legislação brasileira assegura 11 horas de descanso diário para os motoristas, mas o cumprimento dessa norma é dificultado pela escassez de pontos de apoio nas rodovias.
De acordo com Alan Medeiros, porta-voz da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos, existem apenas quatro áreas estruturadas para descanso nas rodovias federais, localizadas em Goiás, Tocantins, São Paulo e Santa Catarina. “Esse número é insuficiente para um país com tantas rodovias e dependência do transporte rodoviário”, critica Medeiros.
Enquanto o Brasil segue registrando números alarmantes, caminhoneiros e especialistas pedem por mais infraestrutura e fiscalização para garantir a segurança nas estradas.