O Brasil registrou um aumento de 79% nas áreas queimadas de seu território em 2024, com 30,8 milhões de hectares consumidos pelo fogo, de acordo com dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. A extensão das queimadas é maior que o território da Itália.
Entre os estados, o Pará — que receberá a COP 30 neste ano — foi o mais afetado pelas queimadas, com 7,3 milhões de hectares queimados, seguido por Mato Grosso, com 6,8 milhões de hectares, e Tocantins, com 2,7 milhões.
O mês de dezembro também registrou um pico significativo de queimadas, com 1,1 milhão de hectares consumidos, o que representa 3,6% da área total queimada no ano. Somente no último mês do ano, a Amazônia concentrou 88% das queimadas no país, com 37,5% dessa área sendo florestas.
Pesquisadores apontam que o aumento das queimadas em 2024 está relacionado ao longo período seco provocado pelo fenômeno El Niño, que aqueceu de maneira anômala as águas do Oceano Pacífico entre 2023 e 2024, favorecendo a propagação do fogo.
Essa condição climática extrema contribuiu para a intensificação das chamas em diversas regiões do Brasil, afetando principalmente vegetação nativa e florestas.
Biomas
Na Amazônia, as queimadas foram responsáveis por mais da metade da área afetada no Brasil, totalizando 17,9 milhões de hectares. A maior parte das áreas queimadas no bioma foram de formações florestais, com cerca de 6,8 milhões de hectares de floresta consumidos, superando a queima de pastagens, que ficou em torno de 5,8 milhões de hectares.O Cerrado também foi fortemente atingido, com 9,7 milhões de hectares queimados, dos quais 85% eram de vegetação nativa, principalmente formações savânicas. Em comparação a 2023, o Cerrado registrou um aumento de 91% nas queimadas, a maior desde 2019.
O bioma continua a ser uma das áreas mais vulneráveis ao fogo, o que coloca em risco biodiversidade e a capacidade de regeneração ao fogo.
Além disso, outros biomas também sofreram com as queimadas em 2024. O Pantanal teve 1,9 milhão de hectares atingidos, e a Mata Atlântica perdeu 1 milhão de hectares. O Pampa foi afetado em 3,4 mil hectares, enquanto a Caatinga teve 330 mil hectares queimados.