Com uma das menores taxas de desemprego do Brasil, o estado de Santa Catarina tem outro dado para se orgulhar: a proporção dos “jovens nem-nem”, que nem estudam e nem trabalham. Com 10,6% dos jovens nesta condição, Santa Catarina supera a média nacional de 17,3%.
Segundo dados inéditos gerados pela Diretoria de Políticas Públicas da Secretaria de Estado do Planejamento, o índice de ‘jovens nem-nem’ entre 14 e 24 anos em Santa Catarina é o menor do país, seguido pelo Distrito Federal (10,7%) e pelo Rio Grande do Sul (11,6%).
Para chegar aos números, foram feitos cruzamentos e análises dos resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O estudo tem como base os números divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em fevereiro deste ano.
A Secretaria de Estado do Planejamento selecionou os motivos pelos quais os jovens nem-nem se encontram nesta situação.

Em Santa Catarina, 63,5% das mulheres não estudam e nem trabalham, enquanto os homens representam 36,5%. A análise demográfica dos dados revela que 65,3% da população “nem-nem” se identifica como branca.
Já 33,8% se identifica como preta ou parda e 0,88% como indígena. Esses índices têm estreita relação com o número populacional do estado com idade entre 14 e 29 anos.
O que são ‘jovens nem-nem’?
A expressão “jovens nem-nem” deriva da denominação inglesa Neet: Not In Education, Employment or Training. A tradução literal significa que a pessoa “não estuda, não trabalha e não está em formação”. É muito usada para caracterizar jovens que, por alguma razão, estão fora do mercado de trabalho e fora do sistema de ensino.Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) revelam que, globalmente, 20,4% dos jovens não estudam, não trabalham e não estão em programas de qualificação profissional.
Já na América Latina, embora o percentual seja alto, teve leve queda entre 2019 e 2023, passando de 21,3% para 19,6%. Os números da OIT ainda revelam que dois em cada três jovens nem-nem são mulheres.