Alerta! - 03/03/2025 10:06 (atualizado em 03/03/2025 10:19)

Oeste de SC tem o maior número de mortes por afogamento dos últimos dois anos

Corpo de Bombeiros contabiliza sete vítimas em menos de 60 dias, apenas na região de Chapecó; em todo Santa Catarina foram registrados 11 óbitos em água doce desde o começo do ano
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Somente nos dois primeiros meses de 2025, já foram registradas seis ocorrências em Chapecó (Foto: CBMSC, Divulgação)

O número de ocorrências de afogamento no Oeste de Santa Catarina teve um aumento significativo neste verão. Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC), apenas nos dois primeiros meses de 2025, já foram registradas seis ocorrências, resultando em sete mortes, somente na área de abrangência do 6º Batalhão de Bombeiros Militar, de Chapecó, que compreende 28 municípios da região. Durante este período, Santa Catarina foi afetada por ondas sucessivas de calor, especialmente no Oeste.

O volume de óbitos quase se equipara à soma dos últimos dois anos, quando dez vítimas morreram em incidentes semelhantes. O subtenente BM Marcelo Metzler Gomes, comandante do 1º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) na região da Efapi, em Chapecó, alerta para a gravidade da situação.

— Para o ano de 2025, tivemos um aumento significativo do número de ocorrências de afogamento —afirmou.

- Em 2023, seis ocorrências de afogamento, com seis mortes;

- Em 2024, quatro ocorrências de afogamento, com quatro mortes;

- Em 2025, até 18 de fevereiro, seis ocorrências de afogamento, com sete mortes.

Os locais mais perigosos

Longe das praias do Estado, os rios da região são os locais onde mais ocorrem afogamentos. Entre os pontos mais críticos estão o Rio Uruguai, com quatro vítimas desde 2023, seguido pelo Lageado São José (3), Rio Chapecó (2), Rio Irani (2) e o Pesqueiro de Guatambu (1).

O perfil das vítimas revela uma predominância de homens e adultos. Das 17 mortes contabilizadas nos últimos anos, 14 eram do sexo masculino e 14 eram maiores de idade. Segundo o subtenente Gomes, diversos fatores contribuem para os afogamentos.

— São vários os fatores, que vão desde o descuido com crianças, vítimas em piscinas residenciais; como o pescador que desconhece o local onde está indo pescar, bem como não utiliza nenhum equipamento de segurança e, geralmente, vestimentas inadequadas para a atividade. Assim como aqueles que usam meios aquáticos para lazer, que desconhecem suas habilidades de natação ou seu condicionamento físico para nadarem certo percurso; ou ainda fazem o uso de bebidas alcoólicas e acabam perdendo o senso de segurança. Como também os que praticam esportes náuticos e que na falta de equipamentos de segurança, acabam sendo vítimas de ocorrências dessa natureza — destacou.

Em todo o estado de Santa Catarina, 26 pessoas morreram vítimas de afogamento desde o dia 1º de janeiro até esta quinta-feira (27). De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar, 15 morreram no mar e 11 em água doce.

Prevenção

Para evitar novas tragédias, o CBMSC reforça uma série de orientações à população. Entre as principais estão conhecer previamente o local de banho, respeitar a própria capacidade de nado, evitar águas desconhecidas, usar equipamentos de segurança e supervisionar crianças constantemente. Gomes elenca e detalha algumas dicas:

- Estamos passando por dias de muito calor. Isso é um ótimo motivo para banhistas procurarem nossos lagos e rios da região. Porém é fundamental conhecer o local que frequentamos. Qual a profundidade? Força e velocidade de correnteza? Reconhecer nossa capacidade de natação (jovens se arriscam, tentando nadar determinada distância e acabam não conseguindo, virando vítimas fatais dessa decisão).

- O cuidado que os pescadores da nossa região devem ter tem que ser redobrado. Pescar em locais desconhecidos requer muita atenção e uso de equipamentos de segurança, principalmente colete salva vidas. O uso adequado de embarcações, também é relevante. Não deixe a sua embarcação ser o motivo de acidentes na água.

- O consumo exagerado de bebidas alcoólicas, misturado com áreas de risco próximo a rios e lagos, é um agravante. Banhistas após esse consumo, exagerado, costumam querer ir mais longe, nadando, o que na maioria das vezes acabam gerando ocorrências. O uso de embarcações náuticas desprovidas de segurança, também é um grande motivador de afogamentos em nossa região.

- Por fim, não menos importante, os cuidados com piscinas residenciais são fundamentais. A observação de crianças da própria casa ou visitas deve ser obrigatória. Qualquer descuido pode deixar uma criança em situação ou exposta ao risco. Então, o uso de cercas, desligamentos de bombas durante a utilização da piscina, e a atenção redobrada, etc., são peças chaves para usuários de piscinas não terem acidentes.

Ações de preparo e conscientização

Para evitar esse tipo de incidente, o CBMSC também investe em prevenção e treinamento. Uma das iniciativas desenvolvidas pela instituição é o Projeto Golfinho, que desde 1998, ensina crianças entre 7 e 11 anos sobre os perigos em ambientes aquáticos e formas seguras de aproveitá-los, assim como o respeito ao próximo e à natureza.

— O programa é gratuito e aberto à população, ocorrendo entre os meses de dezembro e fevereiro aqui em Chapecó.

O projeto é realizado em clubes parceiros que disponibilizam o espaço do clube para a população em geral poder participar. Durante a temporada 2024/2025, foram formadas cerca de 300 crianças em Chapecó. O processo para inscrição de uma criança em alguma turma de Chapecó é aguardar a divulgação das turmas e inscrições disponíveis por meio do Instagram @cbmsc.chapeco — explica o bombeiro militar.

No período de verão, a Operação Veraneio também reforça a presença de guarda-vidas em pontos estratégicos, como a área do Goio-Ên, em Chapecó, e a prainha da cidade de Itá. Segundo o BM Gomes, são, inclusive, contratados guarda-vidas civis, que contam com treinamento, fiscalização e apoio do CBMSC.

— Nesses locais, durante o verão, temos postos fixos. Onde são guarnecidos por guarda-vidas e civis, e, em dias com mais movimento, também por guarda-vidas militares. A operação veraneio iniciou-se em 16 de dezembro de 2024 e vai até dia 9 de março — comenta.

O GBM da Efapi conta com bombeiros especializados em atendimentos de ocorrências que envolvam afogamentos. Segundo o comandante, todo o efetivo possui cursos específicos para área de salvamento e resgate subaquático.

Fonte: NSC
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...