
O consumo das famílias da Argentina expandiu 2,9% em
fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2024, segundo a Câmara de
Comércio e Serviços Argentina (CAC).
Nos dois primeiros meses do ano, o indicador acumula alta de
3,1%, o que, segundo a CAC, sinaliza um “cenário otimista” para o país. A alta
bimestral é inédita na gestão de Javier Milei.
“Isso ocorre em um cenário econômico em que a inflação, após
a queda drástica registrada ao longo de 2024, experimentou uma leve aceleração
em fevereiro, puxada principalmente por um aumento considerável no preço da
carne”, escreveu a Câmara.
O índice de preços ao consumidor da Argentina encerrou o mês
de fevereiro em alta de 2,4%, acelerando ante os 2,2% registrados em janeiro.
Porém, no acumulado de 12 meses, a inflação argentina ficou
em 66,9%, arrefecendo em comparação aos 84,5% de janeiro. Com o resultado, o
índice chegou ao menor nível desde junho de 2022, quando estava em 64%.
A CAC ressalta que a renda das famílias argentinas segue em
tendência de alta, crescendo acima da inflação, o que deve impulsionar o
consumo nos próximos meses.
“A estabilidade nominal desempenha um papel fundamental no
estímulo à oferta de financiamento tanto para bens de consumo quanto para bens
duráveis”, pontuou.
“Em suma, o consumo de massa continua sua recuperação,
enquanto o consumo de bens duráveis está aumentando fortemente. Essa dinâmica
representa uma mudança na estrutura do consumo das famílias, migrando mais para
bens duráveis facilitados pelo crédito do que para bens de consumo
cotidianos. Com a expectativa de que a renda disponível melhore um pouco este
ano, a mudança nos padrões de consumo deverá se aprofundar.”