A greve geral na Argentina fez com que mais de 300 voos que partiam do Brasil para o país vizinho fossem cancelados nesta quinta-feira (10). A paralisação de 24 horas ocorre contra as políticas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei.
Passageiros foram orientados a remarcar seus voos sem custos adicionais ou pedir reembolso.
Em nota, a LATAM Airlines Group comunicou que foi “forçada a cancelar e/ou reprogramar seus voos de e para a Argentina” devido à adesão dos sindicatos da Intercargo à greve geral na Argentina. A empresa oferece aos passageiros afetados opções de alteração de data/voo sem custos ou reembolso integral, através da seção “Minhas Viagens” em seu site.
A LATAM também alertou que alguns voos podem operar com alterações de horário ou data, recomendando aos passageiros que verifiquem o status de seus voos online.
Até agora a GOL Linhas Aéreas cancelou 28 voos com destino ou origem nas cidades de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosário previstos para esta quinta-feira. A companhia está comunicando os clientes por e-mail e SMS, oferecendo a possibilidade de remarcação sem custo para outras datas (com 10 voos extras programados para os dias 11 e 12 de abril) ou reembolso integral. Mais informações podem ser obtidas através da Central de Relacionamento da GOL.
A Aerolíneas Argentinas informou o cancelamento de 258 voos no total, no Brasil e outros países, afetando aproximadamente 20 mil passageiros e gerando um custo estimado de 3 milhões de dólares para a empresa. Deste total, 216 voos eram domésticos, 25 regionais e 17 de longo alcance internacional.
A companhia aérea conseguiu reprogramar 14 voos internacionais fora do período da greve, realocando todos os passageiros afetados pela greve geral na Argentina. Além disso, está oferecendo assistência aos passageiros em trânsito e implementou uma política comercial especial para remarcação de voos sem custos dentro dos 15 dias posteriores à greve.
Entenda a greve geral na Argentina que afeta voos que vão para o país
A greve geral na Argentina é liderada pelas principais centrais sindicais do país e começou na quarta-feira (9) com protestos em frente ao Congresso Nacional. A paralisação de 24 horas começou à meia-noite de quinta-feira (horário local).As principais pautas dos manifestantes dizem respeito ao salário e aos direitos dos aposentados, à defesa da indústria nacional, à retomada de obras públicas, a um plano nacional de emprego e ao fim da repressão de manifestações sociais pelo governo federal.
Os trabalhadores alegam que estão tendo liberdades e direitos desrespeitados, acusam o governo de favorecer a desigualdade e a injustiça social, e criticam o fato de que não há qualquer diálogo ou tentativa de acordo por parte de Milei.
Organizam a greve geral a CGT (Confederação Geral do Trabalho), a CTA-A (Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma) e CTA-T (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina). Esta será a terceira paralisação convocada em conjunto pelas três centrais sindicais.
Nas redes sociais, Milei compartilhou uma declaração do ministro da Desregulação e Transformação do Estado, Federico Adolfo Sturzenegger, sobre a greve.
“Uma greve é uma tentativa de extorsão. Ela não nos afeta em absolutamente nada. Seguiremos com nossos objetivos”, diz o trecho publicado pelo presidente argentino.