O mercado de trabalho nunca foi estático. Pelo contrário, sempre esteve em constante transformação, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças culturais e condições socioeconômicas. Essas dinâmicas afetam diretamente o cotidiano de quem trabalha, exigindo flexibilidade, capacitação contínua e, muitas vezes, reinvenção. Para refletir sobre essas mudanças no Dia do Trabalhador, apresentamos duas histórias que ilustram bem como o tempo, a tecnologia e a visão de futuro moldam a vida profissional.

“- Salete do posto telefônico de Maravilha, bom dia!”
Esta frase foi repetida por Salete Bertó, incontáveis vezes durante 20 anos, no período em que trabalhou ao lado da irmã Elena Vendruscolo intermediando ligações em um antigo posto telefônico do município. Atualmente, pode parecer algo distante da realidade, mas durante décadas os serviços oferecidos nos postos de telefone foram primordiais para a comunidade local, contribuindo para que as pessoas pudessem se comunicar à distância.
Salete, agora com 60 anos, recorda que iniciou o trabalho junto ao posto telefônico ao lado da irmã em 1981, dando continuidade à atuação da mãe, Editer Dall Agnol (em memória), que havia assumido a função por volta de 1975. A ideia de oferecer o serviço telefônico se deu por iniciativa da família, que via a necessidade de disponibilizar meios para conectar pessoas e também contribuir com a economia local. Assim, a família firmou um contrato de prestação deste tipo de serviço junto a Telesc - antiga estatal que posteriormente foi vendida para empresas privadas de telecomunicações. Inicialmente, Salete conta que o posto telefônico funcionava em um comércio da família, na Avenida Araucária, sendo posteriormente transferido para um prédio do Governo do Estado, na Rua Duque de Caxias.
O trabalho incluía receber ou realizar ligações e encaminhá-las para uma cabine, garantindo privacidade ao usuário. Também fazia cobranças, tarefas administrativas e até colaborava com a manutenção técnica. “Algumas ligações internacionais eram frequentes, especialmente para os Estados Unidos”, lembra. Havia dias movimentados e outros mais calmos, mas as ligações de demandas do comércio eram as mais constantes. A transmissão era via cabo, e a dificuldade de completar ligações era frequente, o que gerava ansiedade dos usuários. Mesmo assim, o posto telefônico se tornou um espaço de convivência e amizades.

Olhar para o céu pode ser mais do que contemplar — pode ser uma carreira. Ezequiel Ferri, morador de Maravilha, descobriu isso ao transformar uma paixão em oportunidade. Entusiasta da aviação desde criança, ele se aproximou da tecnologia dos drones em 2022, adquirindo um modelo simples para começar a conhecer o aparelho. O interesse cresceu e, com o tempo, Ezequiel investiu em um equipamento mais moderno e procurou se aprimorar.
Hoje, com 27 anos, atua no ramo de marketing digital com foco no setor imobiliário, prestando serviços com drone em diferentes municípios da região. A atividade ainda não é sua ocupação principal, mas vem se expandindo. “A demanda ainda é pequena, mas está crescendo. A era da tecnologia chegou, e acredito que esse tipo de serviço será cada vez mais requisitado.”