
O Hospital Universitário será construído em Chapecó com investimento previsto de R$ 300 milhões ao longo de cinco anos. A proposta foi debatida nesta segunda-feira (23).
Foi apresentada pela UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), durante uma reunião extraordinária do Centro Empresarial de Chapecó e conta com apoio do governo estadual, da prefeitura e do MEC (Ministério da Educação).
A estrutura promete transformar o cenário da saúde pública e da formação profissional na região Oeste. Além de ampliar o atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o hospital também será peça-chave para a expansão do curso de Medicina da universidade.
O planejamento é dobrar o número de vagas e fortalecer a formação de médicos e profissionais da saúde.
Estrutura
O reitor da UFFS, professor João Alfredo Braida, destacou na reunião o papel estratégico da universidade, que mantém seis campi nos três estados do Sul e atende cerca de 7 mil alunos em 56 cursos de graduação.
Ele apresentou dados da estrutura atual, que conta com 708 professores efetivos, 64 substitutos e 684 técnicos-administrativos.
Sobre o curso de Medicina, implantado em Chapecó em 2015, Braida explicou que atualmente funciona com apenas uma turma ativa, mas que em 2025 será aberta nova turma, totalizando 80 vagas anuais.
A meta, com a construção do hospital, é chegar a 100 vagas por ano, ampliando também o corpo docente, hoje com cerca de 50 a 55 professores.
Hospital será centro de formação e atendimento via SUS
A estrutura terá duplo objetivo: formar profissionais da saúde e reforçar a rede pública de atendimento, em parceria com o SUS. A proposta não irá sobrepor os serviços do Hospital Regional do Oeste, já que o Estado de Santa Catarina ficará responsável por indicar as especialidades prioritárias para atuação.
Nos dias 1º e 2 de julho, representantes do MEC estarão em Chapecó para realizar levantamentos técnicos e discutir os próximos passos da implantação. O projeto já conta com articulação junto à Prefeitura de Chapecó e ao Governo do Estado, ambos favoráveis à iniciativa.
Deputada defende maior integração entre universidade e comunidade
Presente na reunião, a deputada estadual Luciane Carminatti afirmou que a UFFS pode contribuir ainda mais com Chapecó e a região Oeste, desde que haja maior integração com a sociedade.
Segundo ela, a criação do Hospital Universitário será uma conquista não só para os estudantes, mas também para a população que depende do SUS.
Empresariado quer diálogo e participação nas decisões
O presidente do Centro Empresarial de Chapecó, Carlos Roberto Klaus, lembrou que o setor produtivo foi peça-chave na criação da UFFS e reforçou a importância de manter diálogo contínuo com a universidade.
A ideia é que entidades empresariais, sindicatos e empresas se envolvam mais diretamente nas ações da instituição, colaborando com sua evolução e impacto regional.
Desafios e novos cursos
O reitor também respondeu a questionamentos sobre cursos com baixa procura, uma realidade comum nas universidades públicas. Na UFFS, as licenciaturas em Ciências Sociais, Filosofia e Geografia, além de cursos como Engenharia Ambiental e Agronomia, enfrentam menor adesão.
Por outro lado, foi anunciada a implantação do curso de Engenharia Civil em 2025, como parte da estratégia de diversificação e modernização da grade acadêmica.
Próximos passos
Com o apoio do setor empresarial, da Assembleia Legislativa e da gestão estadual e municipal, o próximo passo será consolidar os estudos técnicos para viabilizar o Hospital Universitário.
A visita do MEC, marcada para o início de julho, será decisiva para o andamento do projeto, que representa um salto na formação médica e no atendimento hospitalar da região Oeste.