O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (8) a campanha “Um teste pode mudar tudo”, para incentivar a testagem e o tratamento das hepatites virais no Brasil.
A iniciativa ocorre durante o mês de conscientização sobre a doença e tem como meta reduzir as mortes causadas pelas hepatites B e C em pelo menos 65% até 2030, conforme objetivo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar de avanços nos últimos 10 anos, com redução de 50% nos óbitos por hepatite B e 60% por hepatite C entre 2014 e 2024, o governo federal destaca a necessidade de ampliar o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento, principalmente nos casos de hepatite B, que ainda não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante o lançamento, o ministério apresentou uma nova plataforma de monitoramento que permitirá a estados e municípios acompanhar em tempo real o número de diagnósticos e o início de tratamentos. O modelo é inspirado na estratégia de combate ao HIV no Brasil.
Em 2024, 115,3 mil pessoas foram indicadas para tratamento contra hepatite B, mas somente 58,8 mil iniciaram. Já para hepatite C, 12,5 mil pacientes receberam indicação e 9,1 mil começaram o tratamento.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que o país dispõe de vacinas, testes rápidos e medicamentos eficazes. Também alertou para a importância do diagnóstico precoce.
“Desde a implementação dos testes rápidos no SUS, avançamos muito, mas é fundamental que mais pessoas façam o teste e iniciem o tratamento quando necessário”, disse.
A vacinação segue sendo a principal forma de prevenção. O Brasil registrou uma redução de 99,9% nos casos de hepatite A em crianças menores de 10 anos desde a inclusão da vacina no SUS, em 2014.
Recentemente, o governo ampliou a imunização contra hepatite A para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), buscando conter surtos entre adultos.
Além da campanha, o ministério lançou o Guia de Eliminação das Hepatites Virais, que orienta estados e municípios nas ações de prevenção e tratamento. Até agora, 18 municípios já receberam certificação pelo cumprimento de metas de eliminação da doença.
