
Após ser surpreendida com a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro no final da tarde desta segunda-feira (4), a oposição ao governo no Congresso Nacional convocou a imprensa para uma entrevista coletiva nesta terça-feira (5), na rampa em frente aos edifícios da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Os líderes do Partido Liberal nas duas casas e os líderes da oposição no Congresso prometem reagir contra as medidas consideradas arbitrárias decretadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que alegou que a prisão foi em razão do descumprimento de medidas determinadas por ele anteriormente, que incluíam a proibição do ex-presidente se manifestar publicamente em entrevistas ou postagens em redes sociais.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que um vídeo em que Bolsonaro cumprimentava manifestantes em Copacabana, Rio de Janeiro, em manifestação neste domingo, foi um descumprimento às medidas cautelares, e determinou a prisão domiciliar, além da apreensão do celular do ex-presidente.
Ao chamar os jornalistas, a oposição lembrou que o ministro Moraes foi sancionado pela Lei Magnitsky na semana passada e passou a ser alvo de “denúncias gravíssimas” sobre a existência de um gabinete paralelo ilegal de investigações no TSE e no STF.
“Trata-se de um momento de extrema gravidade para a democracia brasileira. A oposição manifesta seu mais firme repúdio a esta escalada autoritária”, reforçam os deputados e senadores Luciano Zucco, líder da oposição na Câmara; Rogério Marinho, líder da oposição no Senado; Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara e Carlos Portinho, líder do PL no Senado.
Nesta segunda, os líderes já tinham manifestado repúdio à prisão de Bolsonaro, e cobraram o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, que já conta com mais de 20 pedidos de impeachment no Senado Federal. “É urgente a abertura imediata de um processo de impeachment contra Alexandre de Moraes, antes que o Brasil mergulhe na maior crise política, econômica e social de sua história recente”, apontaram os parlamentares.
Eles citaram que a medida de Moraes veio após uma das maiores manifestações populares da história recente, “com mais de um milhão de brasileiros indo às ruas para exigir o impeachment. O recado das ruas foi claro: o povo não aceita mais abusos de poder”, destacou a oposição.