
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou nesta quinta-feira (7), uma ameaça aos aliados do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes “no Judiciário e em outras esferas”.
O órgão de representação afirmou estar “monitorando a situação de perto” e deixou um recado para quem “apoiar ou facilitar” as condutas do magistrado. “Estão avisados”, diz a publicação no X (antigo Twitter).
O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras… https://t.co/mKCsObZASP
A mensagem compartilhada pela Embaixada é a tradução de uma postagem anterior, do subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, que nesta quarta-feira (6).
O agente de alto escalão norte-americano compartilhou uma nota do Departamento de Estado dos EUA, órgão equivalente ao Itamaraty, criticando a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro na última segunda-feira (4), após o ex-chefe do Executivo violar medidas cautelares. Na mensagem, Beattie pediu para que outros magistrados não apoiem o ministro.
“Os flagrantes abusos de direitos humanos cometidos por Moraes lhe renderam uma sanção Global Magnitsky do presidente Trump”, disse o agente.
Entenda as sanções contra Moraes
O ministro do STF foi alvo de sanções do governo dos Estados Unidos via Lei Magnitsky. O dispositivo norte-americano impede o ministro de acessar o país, de movimentar bens e de ter acesso a serviços de empresas norte-americanas.
Até o momento, a norma só tinha sido usada para punir violadores de direitos humanos, ditadores e criminosos.
A iniciativa do governo de Donald Trump, ao aplicar as sanções, é uma resposta à ação penal sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, da qual Bolsonaro é réu, e às decisões relacionadas às redes sociais.
As restrições impostas à Moraes foram comemoradas pelo filho do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que afirma estar trabalhando com autoridades estrangeiras para interferir no julgamento em que seu pai é réu.
Além de Moraes, o governo dos EUA também aplicou restrições a outros sete ministros do STF, cassando os vistos americanos dos magistrados. Outra medida foi o tarifaço de 50% sobre produtos nacionais como forma de pressionar o Brasil, por meio de coerção econômica.