O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, anunciou nesta quarta-feira (10) que acionou o Artigo 4 do Tratado da Otan após a invasão de drones russos no espaço aéreo polonês durante ataques contra a Ucrânia.
Segundo o governo, 19 drones russos entraram no território polonês. Aqueles que representavam ameaça foram abatidos por aeronaves da Polônia e de aliados da aliança militar.
“O fato de esses drones, que representavam uma ameaça à segurança, terem sido abatidos muda a situação política. Portanto, as consultas entre aliados assumiram a forma de um pedido formal para ativar o Artigo 4 do Tratado da Otan”, disse Tusk.
O dispositivo prevê que os países membros devem ser consultados sempre que a integridade territorial, a independência política ou a segurança de um deles estiver em risco. Desde a criação da Otan, em 1949, o artigo foi invocado sete vezes, a mais recente em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Falando ao parlamento, Tusk classificou o episódio como uma “provocação em larga escala” e afirmou que a Polônia “não esteve tão perto de um conflito desde a Segunda Guerra Mundial”.
Durante a operação, o Comando Operacional das Forças Armadas recomendou que moradores permanecessem em casa. Diversos aeroportos foram temporariamente fechados, entre eles o de Rzeszow, usado como ponto de chegada de autoridades ocidentais e de suprimentos enviados à Ucrânia.
O Kremlin não comentou diretamente o incidente. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou apenas que a União Europeia e a Otan “acusam a Rússia de provocações diariamente, na maioria das vezes sem sequer tentar apresentar algum tipo de argumento”.