SEGURANÇA - 18/10/2025 05:54

SC tem 33 feminicídios e mais de 50 mil casos de violência contra a mulher em 2025

Dados revelam cenário de alerta sobre a segurança da mulher no Estado
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Santa Catarina registrou 54.144 casos de violência contra a mulher nos primeiros nove meses de 2025. No mesmo período, 33 feminicídios foram cometidos. Os dados são do painel Observatório de Violência Contra a Mulher, disponibilizado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). 

Os registros de ameaças lideram a lista violenta, com 24.358 casos. Em outubro deste ano, Joinville registrou dois casos semelhantes no contexto de violência doméstica. Os suspeitos foram presos em suas residências com armamento e munições, utilizadas para ameaçar, sob comportamento violento, as suas ex-companheiras. Em um dos casos, os agentes encontraram mais de 660 munições com o suspeito. 

A Polícia Civil de Santa Catarina, que cumpriu as ações por meio da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Joinville, reforçou seu compromisso com o enfrentamento à violência doméstica e familiar. “A instituição mantém trabalho integrado com o sistema de justiça e demais órgãos da rede de proteção, priorizando a prevenção e a responsabilização dos agressores”, afirmou em nota.

Lesão corporal leve (13.313) e injúria (8.521) também estão entre os tipos de violência com maior quantidade de casos ao longo deste ano, de acordo com os dados do Observatório. Ao somar os registros, considerando todos os tipos de violência, os casos chegam a 54.144. No mesmo período do ano passado, foram registrados 55.893 casos ao todo. 
Apesar da queda, ela não é significativa. Neste contexto, a advogada Ana Paula Nunes Chaves, especialista na defesa dos direitos das mulheres, afirma que o cenário continua em condição de alerta.

— Eu percebo que ainda que as mulheres já saibam o que é violência, elas ainda acreditam muito no relacionamento, buscam se relacionar, mas infelizmente se deparam com a violência — explica.

Ainda, 343 meninas e mulheres foram vítimas de estupro no Estado em 2025. Florianópolis, Joinville e Blumenau foram as cidades que mais tiveram registros do crime, com 25, 22 e 14 casos cada, respectivamente. De acordo com o painel, adolescentes de 16 anos representam a faixa etária com o maior número de casos, totalizando 21.

Veja abaixo a quantidade de casos por tipo de violência

Ameaça: 24.358 casos;
Calúnia: 1.264 casos;
Difamação: 2.372 casos;
Estupro: 343 casos;
Injúria: 8.521 casos;
Vias de fato: 3.713 casos;
Lesão corporal grave ou gravíssima dolosa: 226 casos;
Lesão corporal leve dolosa: 13.313 casos.
Feminicídio: 33 casos.

Feminicídio representa a escalada do ciclo de violência 

Em Santa Catarina, 33 mulheres foram vítimas de feminicídio. Em 90,9% dos casos, não havia registro de boletim de ocorrência anterior da vítima contra o autor. Conforme a advogada, a subnotificação é prejudicial para traçar históricos e registrar os dados em sua totalidade.

— Ainda que essa mulher não queira representar criminalmente ou não tenha interesse em prosseguir com uma ação criminal, é importante deixar o registro para um histórico — explica.

Além disso, a especialista afirma que a subnotificação tem três fatores principais: o medo da vítima pelo agressor, a vergonha e, ainda, pena, também pelo autor do crime. Isso porque, apesar da situação de violência, a mulher possui um vínculo emocional com o homem.

— O empoderamento que, para mim, é a informação, atravessa esse desafio (da subnotificação). É a gente pensar na gente antes de pensar no outro. É a gente buscar justiça para nós antes de que nós sejamos mais uma nos dados — destaca.

Prevenção e combate à violência

Para a advogada, as mulheres devem estar em constante vigilância e atentas a sinais de violência antes mesmo de iniciar um possível relacionamento.

— A mulher deve estar em constante alerta, infelizmente. Os números de feminicídios revelam isso. Então a mulher, primeiro, antes de se relacionar com alguém, tem que saber o que quer e o que buscar. Antes de ser escolhida, ela tem que escolher — afirma.

Em Santa Catarina, denúncias de casos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio do portal “PC por elas”, que conta com o registro de boletins de ocorrência de forma virtual, número de Whatsapp e outras ferramentas que facilitam a comunicação entre vítima e polícia.

Como meio de prevenção, foi criado, por meio da Coordenadoria das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (CDPCAMI), para promover a proteção de crianças e adolescentes, o “Programa Minha Voz Tem Vez”. A ação aposta na informação qualificada para trabalhar a prevenção da agressão sexual, bem como abrir um canal de comunicação para encorajar as vítimas a denunciar casos de violência.

Fonte: NSC
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