Ingresso no Ensino Superior - 09/11/2025 22:03

Provas organizadas e bem estruturadas: veja como foi o primeiro dia do Enem 2025

Neste domingo, os participantes responderam questões sobre Linguagens e Ciências Humanas, além de escrever a redação. A segunda etapa será no dia 16
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Com questões bem estruturadas e organizadas – foi assim o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. Mais de 4,8 milhões de estudantes brasileiros se inscreveram neste ano na avaliação. Conforme o Ministério da Educação (MEC) anunciou em coletiva de imprensa na noite deste domingo (9), foi registrada abstenção de 27% dos inscritos, com presença de 73% dos candidatos previstos e mais de 3 mil participantes eliminados.

As avaliações foram aplicadas em mais de 164 mil salas em todo o país, com 11,7 mil locais de prova. Neste primeiro dia, os participantes do exame responderam questões sobre Linguagens e Ciências Humanas, além de escrever a redação. A segunda etapa do processo seletivo será realizada no próximo domingo (16), quando serão aplicados os testes de Matemática e Ciências da Natureza, com 90 perguntas no total.

O gabarito oficial será divulgado no dia 13 de novembro e o resultado com as notas deve ser disponibilizado em janeiro de 2026. A reportagem de Zero Hora consultou diferentes professores responsáveis por preparar alunos para vestibulares.

Confira abaixo a avaliação dos educadores sobre a prova.

Linguagens dentro do esperado

Em geral, a prova de Língua Portuguesa foi muito bem estruturada, com questões clássicas que cobram conteúdos como gêneros textuais, variação linguística e uso da norma padrão, de acordo com os especialistas consultados.

— É a melhor prova de linguagens dos últimos anos. Os enunciados foram claros, objetivos, não deram margem para outros entendimentos e, certamente, os candidatos conseguiram reconhecer exatamente os conteúdos, as habilidades, as competências que estavam sendo cobradas ali — afirmou o professor Ávila Oliveira, que dá aulas de redação e linguagens no Colégio Unificado.

Como de costume, a prova abordou assuntos de impacto social, como tecnologias digitais, cultura africana e a valorização dos povos indígenas, trazendo um cartaz de campanha publicitária envolvendo crianças indígenas e negras. Também apareceram questões sobre religiosidade, futebol feminino no Brasil e atletas mulheres nas olimpíadas.

No que tange a literatura e análise de textos literários, foram contemplados temas como a estética do simbolismo e os ideais do romantismo.

— Foram questões bem clássicas, bem tradicionais. Os alunos se prepararam para esse tipo de questão, tanto em relação a movimentos artísticos quanto à leitura prática e habilidade de reconhecer características em textos literários. Isso também apareceu de maneira muito clara, e sem enunciados ambíguos, como ocorreu em outros anos — destacou Oliveira.

Para a professora Vanessa Bianchi Gatto, de Língua Portuguesa no Totem Vestibulares, surpreendeu positivamente o fato de que a prova de português contou com cinco questões sobre um mesmo texto, desafiando ainda mais as habilidades dos candidatos de leitura e interpretação.

— Essa prova conseguiu valorizar os diferentes vieses linguísticos, as diferentes teorias linguísticas que se pode usar na hora de interpretar um texto. Então, valorizou muito todos os conhecimentos que o aluno desenvolveu ao longo da sua preparação — argumenta.

Já na parte de língua estrangeira apareceram questões abordando compreensão de texto, dentro do formato de anos anteriores. As perguntas envolveram diferentes gêneros textuais, como charge, poema e letra de canção. Na avaliação do professor de linguagens Luciano Corrêa Iochins, do Totem Vestibulares, foi uma boa prova:

— A prova manteve as suas características neste ano. O candidato precisava estar muito atento ao comando do enunciado para marcar a alternativa que apresenta o que realmente a questão está pedindo.

Conforme o professor Alexandre Menendez, do pré-vestibular Fleming Medicina, a prova de espanhol não fugiu do padrão, cobrando diferentes aspectos.

— As questões exploraram variação linguística, memória cultural, tecnologia e migração linguística, exigindo do candidato sensibilidade sociocultural. Os textos eram acessíveis, mas pediam atenção ao contexto e à intenção comunicativa. A prova valorizou o uso social da língua e a leitura crítica — destacou.

Sem surpresas em Ciências Humanas 

A prova de Geografia foi muito elogiada pelos especialistas consultados. O exame trouxe temas como meio ambiente e sustentabilidade, abordando queimadas e fontes de energia, urbanização e êxodo urbano, agricultura e agronegócio, trazendo problemáticas como a estrutura fundiária brasileira.

— Foi uma prova que trouxe a sociedade atual muito para dentro da prova, o que é esperado no Enem, que é um reflexo da sociedade atual, do comportamento da sociedade. Então, a prova foi muito satisfatória nesse ponto, trazendo a vida atual da sociedade brasileira e mundial para dentro da prova — avalia o professor Lucas Pettine, que dá aulas de Geografia no Totem Vestibulares.

Questões sobre energia predominaram no exame, três questões sobre energia limpa, sobre pesquisas em desenvolvimento de novas tecnologias energéticas, a questão do cerrado, com pesquisa e tecnologia para incêndio controlado, o espaço urbano e verticalização, entre outros tópicos relevantes.

— Do ponto de vista da Geografia, foi uma prova muito organizada, que envolveu interpretação de textos, charges, mapas, juntamente com conhecimentos específicos, conhecimentos desenvolvidos em sala de aula, conhecimentos que os alunos teriam que ter levado para a prova — diz o professor Rodrigo Vasquez, do Fleming Medicina.

No que diz respeito à prova de História, as questões também não fugiram do padrão. Apareceram temas envolvendo cultura, patrimônio, memória, justiça, cidadania, democracia e movimentos sociais, por exemplo.

— Foi aquilo que se espera de uma prova de Humanas do Enem. Talvez mantendo um padrão do ano passado também, não teve tanta análise da imagem, foi uma prova mais textual. Mas não teve textos tão longos, como a gente costuma ter. Não teve muitas surpresas — diz o professor de História Marcelo Martins, do Fleming Medicina.

Filosofia e Sociologia também foram avaliações dentro do esperado, exigindo interpretação de texto e trazendo conceitos importantes. Caíram questões sobre capitalismo, manifestações populares, patrimônio cultural, questões sobre cultura afro-brasileira, desigualdade e direitos humanos, por exemplo.

— Foi uma prova muito boa, que exige do aluno bastante conhecimento filosófico e sociológico. De teorias, de conceitos, de temas, de como isso é abordado por diferentes pensadores. No geral, as questões seguem o mesmo padrão dos outros anos — destaca a professora de Filosofia e Sociologia do Totem, Josiana Hadlich.

Redação sobre envelhecimento 

Durante a redação, os candidatos tiveram que elaborar um texto dissertativo de até 30 linhas, reunindo argumentos para propor uma solução aos problemas socioeconômicos e culturais relacionados ao tema central. Nesta edição, foi abordado o tema "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira".

Na avaliação da professora Mariane Lazzari, do curso Totem Vestibulares, foi uma redação fácil, em comparação com anos anteriores.

— O tema foi bem dentro do esperado. O eixo dos idosos foi aplicado pelo Inep em outubro, na Prova Nacional Docente, que abordou o etarismo, ou seja, a aversão aos idosos. Esse tópico poderia se transformar em um argumento para a redação de hoje, que é mitigar preconceitos. Então, houve um diálogo entre essas duas provas — afirma.

A professora destaca que a temática do envelhecimento populacional é um tema amplo, que permite abordar diversas questões relevantes. Além do etarismo, o tema contempla questões como a previdência, a exclusão do mercado de trabalho, as violências sofridas pelos idosos e as lacunas nos serviços de saúde.

Fonte: Gaúcha ZH
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