Crise no agro - 09/12/2025 21:47

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil aponta que endividamento atingiu maior nível da série histórica

Dados foram divulgados nesta terça-feira (09); pior índice está no Rio Grande do Sul
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O avanço do endividamento atingiu um nível histórico no campo — e tem no Rio Grande do Sul o pior índice. Em junho, por exemplo, o Estado respondeu por 27% de toda a dívida rural do país e registrou inadimplência de 25% nas operações (atrasadas e renegociadas), segundo dados apresentados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta terça-feira (9).

Os números são do Banco Central e ajudam a dimensionar o quadro: a inadimplência das carteiras de crédito rural para pessoas físicas saltou de 0,59% em janeiro de 2023 para 11,4% em outubro de 2025 nas operações com taxas de mercado — o maior patamar desde o início da série. Nas linhas com taxas reguladas, o índice chegou a 2,4%, também em alta.

Entre as causas, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, destaca as sucessivas quebras climáticas que atingiram principalmente Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, comprometendo safra após safra. Entre 2013 e 2024, as perdas somaram R$ 72 bilhões, sendo 57% apenas da agropecuária.

A isso se somam a forte queda nos preços das commodities — com a soja acumulando quase metade de desvalorização em determinados momentos — e a redução no seguro rural. A cobertura, que era de 30% da área agrícola em 2021, caiu para apenas 5% neste ano.

— E, no caso do RS, produtores que cumprem todos os requisitos continuam enfrentando dificuldades para acessar crédito. A medida provisória 1.314 (que dispõe sobre a linha do BNDES R$ 12 bi para renegociação de dívidas rurais), apresentada como alternativa ao PL 5.122 (prevê o uso do Fundo Social do pré-sal como base para financiar a renegociação das dívidas rurais), não tem cumprido plenamente seu propósito — acrescenta o diretor técnico.

A entidade trabalha para instalar com urgência a comissão mista que avaliará a MP 1.314, antes do fim do prazo de prorrogação. Paralelamente, a CNA defende ainda medidas que reduzam custos acessórios no crédito — como taxas cartoriais e diferenças regionais no registro de cédulas — e que aumentem a eficiência do Plano Safra. O fortalecimento do seguro rural é outra questão considerada peça-chave, diz Lucchi:

— O Congresso aprovou o fim do contingenciamento do seguro rural, e esperamos que não haja veto. Além disso, trabalhamos para ampliar o seguro privado, com ajustes legais que tornem o ambiente mais atrativo.
Inadimplência do Crédito das Carteiras de Pessoas Físicas (%)

Com taxas de mercado

Evolução aproximada:

3,54% (out/24)
3,77% (nov/24)
3,75% (dez/24)
4,32% (jan/25)
4,73% (fev/25)
4,6% (mar/25)
5,2% (abr/25)
5,48% (mai/25)
5,83% (jun/25)
7,69% (jul/25)
9,44% (ago/25)
10,02% (set/25)
11,4% (out/25)

Com taxas reguladas

Evolução aproximada:

1,34% (out/24)
1,39% (nov/24)
1,1% (dez/24)
1,33% (jan/25)
1,42% (fev/25)
1,39% (mar/25)
1,5% (abr/25)
1,52% (mai/25)
1,53% (jun/25)
1,74% (jul/25)
1,87% (ago/25)
1,94% (set/25)
2,4% (out/25)
Fonte: Banco Central


Fonte: Gaúcha ZH
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