Homenagem - 17/12/2025 16:21

Câmara institui Comenda “Oralina Borges” em São Miguel do Oeste

Objetivo é reconhecer, em vida, mulheres inspiradoras que se destacam pela relevância de suas ações, trajetórias e contribuições
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Familiares de Oralina Borges receberam cópia do projeto de lei / Foto: Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores

A Câmara Municipal de São Miguel do Oeste aprovou em segundo turno, nesta terça-feira (16), o Projeto de Lei nº 140/2025, de autoria das vereadoras Silvia Kuhn (MDB), Ana Flávia Moreira (PT), Andréia Rebelato (PSD), Cris Zanatta (PSDB), De March (PL), Marli da Rosa (PL) e Sisse Abdalla Velozo (PSD), que institui a Comenda “Oralina Borges” no âmbito do Município. O texto segue para sanção do Poder Executivo.

O projeto prevê a criação da Comenda “Oralina Borges” com o objetivo de reconhecer, valorizar e homenagear, em vida, mulheres inspiradoras que se destacam pela relevância de suas ações, trajetórias e contribuições sociais, profissionais, culturais ou comunitárias no Município de São Miguel do Oeste. O texto estabelece que a solenidade de entrega será realizada anualmente, em sessão solene no mês de março, em alusão ao Mês da Mulher.

O texto estabelece que “o número de homenageadas a cada ano corresponderá ao número de vereadores desta Casa Legislativa, cabendo a cada edil indicar um nome”. O projeto prevê que a homenagem consistirá “na entrega de uma placa em aço inox, com gravação em baixo-relevo e respectivo estojo”, além da leitura, pelo vereador proponente, de um breve histórico da homenageada, seguida de sua manifestação. 

HISTÓRICO DE ORALINA BORGES

Foto: Arquivo

Oralina Antônia Lazarotto Borges foi uma mulher determinada, à frente do seu tempo, sempre em movimento, dona de inúmeras qualidades e de uma imensa vontade de aprender e ensinar. Construiu sua trajetória baseada no amor, na oração e na união familiar, valores que carregou por toda a vida.

Nascida em 6 de fevereiro de 1926, no município de Soledade/RS, era filha de Pedro Alexandre Lazarotto e Tereza Catharina Frison, ambos naturais de Veranópolis. De família simples e humilde, fez a primeira comunhão aos seis anos.

As aulas de catequese eram ministradas por seu pai, com um pequeno livrinho de perguntas e respostas, enquanto sua mãe preparava o jantar. Todas as noites, como tradição da família, rezavam juntos o terço.

Muito cedo, logo após concluir a 4ª série, Oralina tornou-se catequista e professora. Iniciou sua vida profissional em tempos de grandes dificuldades: não havia escolas, e as aulas aconteciam na casa de moradores ou na igreja, quando disponível.

Casou-se com Vivaldino da Silva Borges em 7 de janeiro de 1950, com quem construiu uma linda família de cinco filhos: Josir, Maria do Carmo, Claire, Maria de Lourdes e Maria Salete. Sempre dedicada aos estudos, concluiu o supletivo em 1972 e formou-se no Magistério em 1975. Foi a primeira professora da Escola Municipal de Santa Helena e lecionou em várias escolas de São Miguel do Oeste, incluindo a Apae, dedicando 59 anos de sua vida à educação.

Ao se aposentar, aos 70 anos, direcionou sua energia ao voluntariado. Atuou na Pastoral da Esperança e na Pastoral da Saúde, visitando doentes em suas casas e nos hospitais, levando comunhão, oração e palavras de conforto. Também realizou visitas em presídios e colaborou em celebrações religiosas. Com o passar do tempo, o corpo que carregou quase um século de história começou a dar sinais de cansaço.

Em suas palavras finais, expressou profunda gratidão:

“Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida, pela saúde, pela proteção e pela oportunidade que Ele me deu com esta missão abençoada. Aos meus pais, pelo amor e ensinamentos; aos meus irmãos, pela companhia na infância e na caminhada da vida; a toda a grande família que construí com meu marido, Vivaldino Borges; aos meus amigos, colegas e a todos que me ajudaram. Agradeço também as dificuldades que encontrei, pois me tornaram mais forte. Peço a Deus que abençoe a todos.”

Oralina partiu em 10 de abril de 2024, aos 98 anos, de causas naturais. No dia de sua despedida, uma revoada de borboletas brancas surgiu na horta que ela tanto amava, um delicado símbolo de sua presença e do legado deixado.
Dona Oralina marcou gerações. Uma mulher forte, de fé profunda, que dedicou sua vida ao próximo e à educação, deixando uma história que ecoará para sempre em nossa comunidade.


Fonte: Ascom Câmara de Vereadores de SMOeste
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