
Mudanças no processo de compra e venda de veículos no Brasil devem ser anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A informação é do secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, em entrevista à EXAME Infra.
“Vamos lançar a transação de venda entre particulares entre janeiro e fevereiro. Hoje, é uma operação inacreditavelmente burocrática”, afirmou Santoro. Segundo ele, o modelo atual, que exige a ida a cartórios, gera insegurança tanto para vendedores quanto para compradores.
“Hoje é preciso ir ao cartório. Um com medo do outro, assina o cheque, vai pagar ou não vai pagar. Existem soluções tecnológicas: o aplicativo da Carteira Digital de Trânsito, a Senatran e outros órgãos podem fazer isso”, disse. A proposta é que todo o processo passe a ser realizado de forma on-line.
Pelo novo modelo, o comprador fará o pagamento, mas o valor só será repassado ao vendedor após a transferência da documentação do veículo.
Atualmente, alguns Detrans já permitem que a compra e venda de veículos seja feito de forma digital, mas a intenção é uniformizar o processo em todo o país.
A iniciativa segue a mesma linha das mudanças implementadas na nova CNH. De acordo com o secretário, a ideia é reduzir a burocracia e facilitar o acesso da população aos serviços públicos. “O Brasil precisa usar a tecnologia para reduzir custos e, com esses produtos, promover inclusão social”, completou.
Santoro também defendeu que etapas burocráticas, como a vistoria veicular, possam ser feitas pelo próprio cidadão.
“A autovistoria, por exemplo. Você não faz quando contrata um seguro? Por que os Detrans não aceitam? Se a seguradora, que é um dos setores mais conservadores, aceita, por que o Detran não aceitaria? É só conferir. Se estiver ruim, rejeita e pede para fazer de novo”, concluiu.

